terça-feira, 5 de abril de 2016

AS LEIS EVOLUTIVAS - Capítulo 19 da Apostila do Carrossel de Luz



       Estas são as Leis que regem a vida em todo o Planeta Terra. Estão acima da vontade humana e não podem ser manipuladas. Atenta para elas e medita sobre a condição em que te encontras, diante delas. Esse é o teu auto-julgamento, feito no silêncio do teu coração. Ele define o futuro do teu caminho evolutivo.

 Quando supomos um mundo ordenado segundo um Plano Superior, conseqüentemente depreendemos que esta ordenação implique num conjunto de princípios ou leis que regem todos os fenômenos, quer se manifestem no nível físico, quer no nível extrafísico. Dentro do conhecimento espiritualista encontramos vários estudos a respeito do tema, alguns deles interpenetrando-se, apesar das diferentes denominações. Realizamos aqui uma síntese sobre estes Princípios ou Leis, objetivando levar-nos a refletir sobre a implicação destas Leis em nosso comportamento diário, nas diferentes situações de vida com as quais nos deparamos.
       “A lei natural é a Lei de Deus. É a única verdadeira e capaz de levar o homem à felicidade, indicando-lhe o que deve fazer, tornado-o infeliz quando dela se afasta. Todas as leis da natureza são divinas. Todos os Seres podem conhecê-las, mas nem todos a compreendem, embora isto um dia venha a ocorrer, porque o progresso também é uma lei. Embora exija investigação e reflexão, cada Ser pode compreender estas leis de acordo com o seu grau de aperfeiçoamento e sobre elas intuir, durante sua existência. Esta intuição irá constituir uma consciência moral, capaz de lhe indicar, através de uma idéia, voz interior ou sensação, o caminho a seguir. O predomínio dos maus instintos faz com que o Ser se esqueça destas leis, infringindo-as cada vez mais e sofrendo as conseqüências advindas deste mau procedimento.
       Algumas destas leis referem-se ao exercício do bem e do mal, constituindo um código de ética e de moral, segundo o qual a regra é o bem proceder, distinguindo o bem do mal, em observância às Leis de Deus. O homem procede bem, quando tudo faz pelo bem de todos, porque assim cumpre a Lei Divina. Muitas vezes o homem comete faltas que, mesmo sendo conseqüência da posição em que a sociedade o coloca, não são menos repreensíveis. Mas a sua responsabilidade é proporcional aos meios de que ele dispõe para compreender o bem e o mal. Assim, mais culpado é o homem instruído que pratica uma simples injustiça, do que o selvagem que se entrega aos seus instintos primitivos.
Embora “necessário” dentro do nosso nível de aperfeiçoamento, o mal não deixa de ser o mal e esta necessidade desaparece à medida que o Ser se aperfeiçoa. O mal recai sempre sobre quem o ocasionou. Nestas condições, aquele que é levado a praticar o mal, pela posição em que seus semelhantes o colocam, tem menos culpa do que aqueles que, assim procedendo, o ocasionaram. Cada um é responsável não só pelo mal que haja feito, mas também pelo mal que permita acontecer, quando pode evitá-lo. Aproveitar-se do mal é como praticá-lo.  Aquele que embora não o faça, mas, desde que achando-o feito, dele tira proveito, no fundo o aprova e o teria praticado se tivesse oportunidade.
       Cumpre a cada um fazer o bem no limite de suas forças, porquanto é responsável por todo o mal que resulte de não haver praticado o bem. Todos podem praticar o bem. Somente o egoísta não o sabe. Basta que se esteja em relação com os outros homens para que se tenha ocasião de fazer o bem e não há dia da existência que não ofereça oportunidades para praticá-lo. Fazer o bem não consiste apenas em ser caridoso, mas em ser útil, na medida do possível e sempre que os préstimos de cada um se façam necessários. No discernimento do bem e do mal, cumpre ao homem obedecer às leis naturais, que regem o bem viver, em conformidade com a Vontade Divina.”[2]
       Este conjunto de conhecimentos pertence às Tradições Sapientais da Humanidade e perdeu-se na memória dos tempos, pelo predomínio da ciência sobre as tradições. Pode agora ser recuperado pela avaliação de nossas próprias consciências, de nossas próprias verdades internas, quanto à validade ou não de sua aplicação. Que possamos obter estas respostas dentro de nós mesmos...

19.1. LEI DA ADORAÇÃO: A intuição de uma Força Superior é presente em todas as civilizações, desde a aurora dos tempos. Podemos encontrar pessoas atéias, em função de registros inconscientes negativos, em relação às religiões, mas não existem povos ateus. A adoração é uma lei natural e significa a aproximação do homem com Deus. Levando-se em consideração a existência dos Reinos Angélico, Hominal e Elemental, o sentimento divino leva o homem ao reconhecimento de sua interligação e pertinência ao Todo que é Deus. É também através da adoração, do contato com a Mente Suprema, que o homem intui o seu verdadeiro caminho, a sua programação inconsciente para a vida.
       Adorar a Deus não significa reunir palavras num discurso elaborado, no qual o sentimento não esteja presente. Deus é Amor e o homem chega até Ele, através deste sentimento. Também não tem utilidade a adoração a Deus sem obras, pois na natureza tudo deve ser útil. Aquele que se retira para uma vida contemplativa (se não estiver trabalhando nos mundos internos da manutenção das formas-pensamento positivas), muitas vezes está fugindo de sua participação na obra de Deus. Mais testemunho de sua fé dá aquele que consegue reconhecer o princípio divino no seu próximo do que aquele que privilegia a forma da prática religiosa, com radicalismo e intolerância. Cabe a cada um buscar dentro de si mesmo a verdade sobre suas reais intenções.
       A oração é o instrumento do qual o homem dispõe para chegar até Deus, entendendo-se como oração a elevação do sentimento e do pensamento até o Altíssimo, com o objetivo de louvar, agradecer ou pedir. A oração não exige formas elaboradas ou decoradas (estas serão utilizadas apenas na forma de mantras e decretos, os quais precisam acumular um quantum energético maior). De um modo geral, basta que o Ser mentalize e/ou verbalize (a palavra tem maior efeito de manifestação) o seu pedido, sabendo por princípio de humildade, que em todas as vezes será atendido naquilo que necessita, em função de seu processo evolutivo e não, naquilo que deseja o seu Ego.
       A idéia de Deus como Força Única é uma conquista da humanidade em seu caminho evolutivo. As sociedades primitivas, em seu desconhecimento das leis naturais, atribuíam uma divindade á cada efeito ou fenômeno produzido, que estivesse acima da compreensão humana. Hoje, sabe-se que a energia eletromagnética é um todo que pode apresentar-se sob várias formas de manifestação e que tudo isto ocorre em conformidade com um Princípio Único que é a Lei Divina. Aqueles que acreditam na possibilidade de existência de outros deuses, além do Deus Único, ainda se mantém prisioneiros da ilusão da separatividade, que tanto mal tem causado à humanidade.
        A Lei da Adoração também não exige sacrifícios e auto-flagelações inúteis, quer em relação ao próprio Ser, quer em relação aos animais. Estes ainda são comportamentos primitivos, originados pela crença num Deus criado a imagem e semelhança do próprio homem (deus antropomórfico), ilusão do Ego à qual ainda estão ligados os Seres mais imperfeitos (No Velho Testamento vamos encontrar muitos relatos de sacrifício de animais, em função desta visão antropomórfica de Deus). O objetivo da vida não é o sofrimento e muitas vezes, o sofrimento que não traz nenhum benefício ou aprendizagem, quer seja para quem o pratica, quer seja para a humanidade e, mais uma vez, o critério de utilidade pode ser empregado para avaliação e compreensão dos comportamentos. Adorar é estar em contato permanente com Deus e viver de acordo com os seus ensinamentos. Adorar é ad+orar, ou seja: Orar com Deus.      
19.2. LEI DO TRABALHO: O trabalho também é uma Lei Divina. É dever de todo ser humano tornar-se útil, em seu próprio benefício e no benefício dos demais. Numa sociedade ideal, cada Ser realizaria a sua programação natural de vida, tendo para isto todas as condições e qualidades que ele já possui dentro de si mesmo e, ao mesmo tempo contribuindo para o benefício da humanidade. Colocado num mundo cheio de recursos naturais, tendo em si a capacidade de transformar e diante das necessidades que a própria vida cria, o trabalho para o homem surge como uma conseqüência natural, em que ele desenvolve e utiliza sua inteligência, atuando no meio em que vive e colaborando com a Obra Divina.
             Pode-se depreender que o trabalho é uma necessidade evolutiva, da qual nenhum ser está isento. Mesmo aqueles que dispõem de recursos materiais, de riqueza, têm a função de gerar bem-estar social, empregos etc., contribuindo para o progresso geral. Dentro desse programa de aperfeiçoamento, muitos não terão necessidade de ganhar o pão com o suor de seus rostos; cabe-lhes, entretanto, atuar de acordo com suas habilidades para o benefício comum. A uns é dada a força física; a outros, a inteligência; a outros a habilidade manual ou artística etc., cada um atuando como co-criador com Deus.
            Nos Reinos Elemental e Animal, o trabalho também se faz presente. O vento, a chuva e a germinação são trabalhos de seres divinos responsáveis pelos processos de criação da natureza. No Reino Animal, cada ser age, por instinto, de acordo com a Providência Divina, na regulação e controle do equilíbrio ecológico, nas suas diferentes formas de expressão da vida.
            Assim como o trabalho é uma lei, o repouso é o seu complemento, permitindo o descanso e ou reabastecimento das forças do organismo e a liberação da mente, permitindo ao homem elevar-se e contatar novas idéias, que por sua vez levam a novos benefícios e conquistas.
       Aquele que explora o trabalho do seu semelhante, que o escraviza, sobrecarregando-o além do seu limite, desobedece à Lei Divina e por isto será responsabilizado. Mais uma vez, podemos dizer que tudo aquilo que se distancia do ponto de equilíbrio e não visa o bem, não é de acordo com as Leis de Deus.
                                         
19.3. LEI DE CAUSA E EFEITO: Toda ação é efeito de uma causa maior do que a própria ação em si; toda ação converter-se-á em indução e cada indução dará início a uma seqüência de causas e efeitos, de forma sucessiva, até atingir o ponto extremo, receptivo as induções da primeira ação, fechando-se o círculo. Deste modo, jamais o ser humano poderá isolar-se em seu campo de ação, pois, neste ponto entra a atuação de uma lei básica, chamada de lei da Propagação, que forma um campo único que é a criação ou cosmos ou a própria causa e efeito.  Toda causa tem seu efeito; todo o efeito tem a sua causa; tudo acontece de acordo com a lei; o acaso é simplesmente o nome dado a uma lei não reconhecida (sincronicidade). Há muitos planos de causalidade, mas nada escapa à Lei. Carma é a palavra usada entre os hindus e entre os ocidentais crentes na Lei da Reencarnação, e vários são os seus significados. O mais comum de todos é que carma é a lei da causa e do efeito aplicada à vida humana, isto é, lei que cobra e recompensa tudo aquilo que a alma fez ou semeou de bom e de mau. Para os hindus o carma significa recompensa que, como um juiz, premia com bem os bons e pune com o mal aos injustos e impuros. A libertação de cada um de nós depende do conhecimento das Leis Espirituais, onde está a verdade. Mas até que conheçamos as Lei Divinas e nos tornemos senhores, seremos escravos da nossa ignorância, que nos faz errar a cada hora e temer a tudo quanto desconhecemos. Cada força cármica deve descarregar a sua energia, porque o que o homem semeia, colherá. Portanto, quando o homem morre, suas forças cármicas são cuidadosamente balanceadas, de maneira que a ação recíproca do bem e do mal possa produzir como resultado final, um remanescente de bem (Terceiro Incluso da Física Quântica), por menor que seja. Esse ajustamento é feito pelos “Senhores do Carma ou Arquivistas”, essas inteligências benfazejas que, no Plano do Logos, agem como árbitros do carma. Elas não recompensam nem punem; limitam-se a aferir a apuração das forças postas em ação pelo próprio homem, a fim de que o seu carma possa ajudá-lo a dar um passo para a frente, na evolução. Em sânscrito, carma, no seu sentido positivo, significa tarefa, trabalho (missão existencial). No sentido negativo corresponde ao significado bíblico de pecado, originário do termo latino pecus: Pecado é desviar-se da missão existencial.

19.4. LEI DO GÊNERO: O gênero está em tudo; tudo tem o seu princípio masculino e o seu princípio feminino. O gênero se manifesta em todos os planos. O princípio do gênero opera no plano físico pela geração; no plano mental pela regeneração e, no plano espiritual, pela criação. A geração representa a formação; a regeneração, o aperfeiçoamento; a criação, a realização completa. A palavra gênero origina-se da raiz latina GENUS (reunião de espécies que se assemelham); a palavra Seres refere-se à distinção entre as coisas materiais, onde não há diferenciação efetiva de gênero e os Seres vivos que podem apresentar estas duas qualidades: Macho e fêmea.
       O princípio masculino consciente é caracterizado pela vontade, em todas as suas modalidades e é próprio da sua essência projetar-se exteriormente. O princípio feminino tem o atributo de poder elaborar todas as impressões, todos os germens-pensamentos que ele atrai com avidez. Todos os seres machos ou positivos têm também o seu lado feminino ou negativo; todos os seres femininos ou negativos tem igualmente seu elemento masculino ou positivo.
       O corpúsculo feminino, obedecendo a Lei da Repulsão, afasta-se da massa atômica e começa uma carreira independente, procurando encontrar um corpúsculo masculino. Quando o encontra, as forças de ambos, combinadas pela atração, atraem outros corpúsculos femininos que giram separadamente, porém, em um grupo uníssono, ao redor dos centrais corpúsculos masculinos, até que se polarizem em suas naturezas e qualidades. Enquanto giram, compõem um átomo e toda matéria resulta das atividades de átomos em grupos moleculares. Logo que se realiza a polaridade, cada corpúsculo feminino restabelece seu equilíbrio e procura nova afinidade com outro corpúsculo masculino, formando com ele novo átomo e, em seguida dissociando-se novamente. E assim, todas as condições materiais são produzidas por esta constante procura de afinidades, pela parte dos corpúsculos femininos e pela dissociação que tem lugar depois da combinação do positivo com o negativo. Este é o modo de toda vibração e o princípio de todo movimento do mundo físico.
       Da união ou combinação desses corpúsculos femininos ou elétrons, surgem os diferentes fenômenos da luz, do calor, da atração, da repulsão, da afinidade química, bem como de vários outros fenômenos semelhantes. A tarefa do princípio masculino consiste em dirigir a energia que lhe é inerente, para o princípio feminino e assim, pôr em atividade o processo criativo. Mas o princípio feminino é sempre o único que faz a ativa obra criadora e isto é assim em todos os planos. Cada princípio é incapaz de ativar a energia operativa sem o outro. Em muitas formas de vida, os dois princípios estão combinados num só organismo hermafrodita. Por esta razão, tudo no mundo orgânico manifesta-se em ambos os gêneros: Há sempre o masculino latente na forma feminina e o feminino latente na forma masculina. Cada forma deverá se expressar em função das necessidades evolutivas do Ser e, qualquer distorção neste sentido significa que ele está prisioneiro de memórias transpessoais que o impedem de expressar-se na forma determinada pela Lei.
       O princípio masculino da mente corresponde à chamada mente objetiva, mente consciente, mente ativa; e o princípio feminino da mente corresponde à chamada mente subjetiva, mente subconsciente involuntária (Sistema Nervoso Autônomo) ou mente passiva. A tendência do princípio feminino é sempre receber impressões, ao passo que a tendência do princípio masculino é sempre dá-las ou exprimi-las. O princípio feminino tem um campo de operação mais variado do que o princípio masculino. O princípio feminino dirige a obra da geração de novos pensamentos, conceitos, idéias, incluindo-se aí, a obra da imaginação.
O masculino e o feminino são igualmente relatividades do mundo da forma. Homens e mulheres são, acima de tudo, Seres, criaturas de Deus. Ambos têm funções específicas em relação ao outro e quando isto é compreendido, homem e mulher passam a formar um todo, que caminha harmoniosamente. Quando cada um puder perceber o que pode aprender com a polaridade oposta que o outro representa, o equilíbrio será descoberto e restabelecido.

19.5. LEI DA REPRODUÇÃO: A reprodução é uma função dos seres em evolução e tem por objetivo cumprir a Lei Divina. Assim como nos reinos vegetal e animal, existe um processo de seleção natural, também no reino humano, os fenômenos naturais e os flagelos em geral, têm uma função de reequilibração (o mal está contido no bem, e tem também sua parcela de atuação no progresso da humanidade). O ser progride através do conhecimento, da dedicação ao outro ou, em último caso, pelo sofrimento. Podemos dizer que assim como tudo mais na natureza, as civilizações nascem, crescem e morrem e as raças vão se sucedendo umas às outras.
         A primeira Raça-Raiz, a raça vermelha, era constituída por Seres vindos de Marte, o planeta vermelho (daí dizer-se que Adão foi feito de barro) e habitou o Planalto Central brasileiro, nos primórdios do surgimento da humanidade na Terra, dando origem a Raça Adâmica, a qual sequer tinha um corpo físico propriamente desenvolvido. Ainda estava mais ligada às dimensões supra-físicas da vida do que ao plano tridimensional. Sua visão interna era maior do que a externa e seu contato com Deus, muito mais direto, contato este simbolizado pela metáfora de Adão e Eva no Paraíso.
         A Segunda Raça-Raiz (a Amarela – da qual temos poucas informações) evoluiu durante milênios, dando tempo a que se procedesse à necessária adaptação ao meio ambiente. Depois vieram a terceira Raça-Raiz (a Lemuriana), a Quarta Raça-Raiz (a Atlante), e a Quinta Raça-Raiz (a Ariana), a raça atual. Neste momento que corresponde à freqüência do Sétimo Raio (o último ciclo de dois mil anos da Roda Cósmica), nasce a Sexta Raça-Raiz, que traz o conhecimento da energia, do abstrato, em substituição ao concreto e que, por sua vez, cederá lugar à sétima Raça-Raiz, a raça da espiritualização, do retorno ao Divino, do reconhecimento de Deus como O Princípio e o Fim, o Alpha e o Ômega. O conhecimento das Raças-Raízes, como raças evolutivas, será objeto de estudos em apostila complementar.
           Dizer que a Lei da Reprodução precisa ser respeitada não significa dizer que o homem não pode utilizar o conhecimento científico para o controle adequado da natalidade; apenas este controle precisa ser feito em conformidade com a Lei Maior. Nem todos têm um programa de reprodução em cada existência, mas àqueles que o possuem, cabe cumpri-lo, e todo aquele que interfere neste processo, impedindo que ele se cumpra, por egoísmo ou negligência, desrespeita a Lei. Através da Técnica de Captação Psíquica[3], observamos grandes lições de vida sobre o assunto, diante dos fenômenos que se apresentam. O aborto, ao ceifar a vida do Ser que teve a oportunidade de vir ao mundo, traz conseqüências nefastas para aquele que o provocou. Por outro lado, a paternidade ou maternidade irresponsável altera o equilíbrio populacional do planeta, prejudicando o processo evolutivo. Mais uma vez, o conhecimento da programação inconsciente para a existência, torna-se fundamental para o cumprimento da lei e a manutenção do equilíbrio individual e planetário.
           Quando um homem, ou uma mulher deixa de cumprir sua programação inconsciente para a paternidade ou maternidade, sem que para isto tenham um motivo justo (Deus julga a intenção), estão desrespeitando a Lei, assim como aqueles que influenciam ou decidem por outros, interferindo inadequadamente neste processo. Por outro lado, aquele que não veio com a tarefa de procriação e utiliza inadequadamente suas forças genésicas (sexualidade) de modo inconseqüente, é responsável por isso. Dentro desse programa, o casamento, a ligação física, mental e genésica entre dois seres, representa o apoio necessário à formação de novas vidas. Mais uma vez, cabe ressaltar que nem todos trazem programação para o casamento e quando ele acontece em desacordo com a Lei Divina (aquilo que Deus uniu, o homem não pode separar), está fadado ao insucesso. Pode ocorrer, ainda, que embora o casamento esteja programado no inconsciente, como experiência evolutiva, o casal nele envolvido não consiga cumprir as tarefas de parte a parte, em função de interferências externas ou falta de vontade efetiva para enfrentar estas interferências.
         Da mesma forma que o casamento, o celibato pode fazer parte da programação inconsciente de alguém. Deus, que a tudo prevê, muitas vezes em seu programa, necessita de pessoas livres de laços familiares para a realização de determinadas tarefas, em benefício de um grupo ou até mesmo da humanidade. Isto é bem diferente da situação em que alguém se torna celibatário por egoísmo ou por fuga ao seu papel e às suas responsabilidades, como pai ou como mãe. Em tudo há que se avaliar a utilidade e o bem que cada procedimento pode gerar.
       Comum nas civilizações mais antigas, a poligamia tende a desaparecer com o progresso da humanidade. Ela está baseada na valorização dos sentidos, em lugar dos sentimentos e no desconhecimento da relatividade do papel masculino e feminino, presentes apenas como aspectos da manifestação da energia no mundo da forma, mas sem valorização ou supremacia de um sobre o outro, do ponto de vista espiritual. O fato de nascer homem ou mulher está relacionado ao tipo de aprendizagem que cada Ser em evolução necessita viver e o aumento da quantidade de mulheres no mundo atual, em relação ao número de homens, está associado à necessidade evolutiva do aspecto Yin, mais voltado para o subjetivo e para a interioridade dos sentimentos.

19.6. LEI DA CONSERVAÇÃO: A preservação da vida, em todas as suas formas, é uma lei natural e o homem o sabe, instintivamente, pois da vida depende o progresso da humanidade. É através das diferentes situações e experiências de vida que a aprendizagem se realiza. Para este fim, a natureza coloca ao dispor do homem todos os recursos, quer sejam internos (qualidades e potenciais a serem por ele expressos), quer sejam externos (bens materiais ou recursos naturais em geral), necessários ao seu aperfeiçoamento. Dentro deste princípio, o homem tem todas as condições para ser naturalmente bem sucedido. Quando isto não acontece, significa apenas que ele está se distanciando de sua programação natural, buscando atividades para as quais não dispõe das habilidades necessárias, ou as possui, mas em estado latente e não, para serem manifestadas. Para todos há lugar ao sol, mas é preciso que cada um ocupe o seu próprio lugar e não, o dos outros. Cada um só pode obter sucesso, agindo de acordo com a própria programação de vida. Neste sentido, a inveja leva o invejoso a desviar a atenção de seus próprios potenciais, para apreciar os potenciais alheios, distanciando-se de sua tarefa existencial e atrasando seu processo evolutivo.
           O orgulho, a ambição, o egoísmo, o desejo de poder, as imperfeições humanas em geral, ocasionam o desequilíbrio na utilização dos recursos necessários à manutenção da vida. A natureza é rica e, fazendo parte integrante desta natureza, o homem é naturalmente próspero. Em função de sentimentos de culpa, apego aos bens materiais, medo de perdê-los, auto-punição, aprendizagem de humildade, etc., o próprio homem, muitas vezes se proíbe de ter; ou, por egoísmo, quer tudo para si, buscando acumular bens e perdendo a noção de equilíbrio entre o necessário e o supérfluo. O homem já possui este conhecimento intuitivamente e, se a sua mente não estiver obscurecida pelas baixas tendências da Personalidade, esta orientação irá fluir do seu Eu Superior à mente consciente, no sentido do desapego, permitindo-lhe utilizar os recursos da matéria sem deixar-se dominar por eles.
         Aos olhos de Deus, privações e mortificações não têm utilidade. Aquele que divide o que possui, contribui para a Obra Divina; aquele que se proíbe de ter, alimenta a pobreza e o infortúnio. Aquele que maltrata o próprio corpo, mortificando-o, flagelando-o, está desrespeitando a obra do Criador, pois deixa de reconhecer Sua Obra, feita a Sua Imagem e Semelhança e por isto mesmo, digna de respeito e consideração. O homem  somente será capaz de respeitar o seu semelhante , quando souber respeitar a si próprio, reconhecendo em si e no outro a Presença Divina que alimenta a vida.

19.7. LEI DA DESTRUIÇÃO: A criação e a destruição representam polaridades energéticas do continuum transformação (na natureza nada se cria, nada se perde; tudo se transforma). Como co-criador com Deus, o Ser Humano não cria os elementos, mas é capaz de transformá-los, dando-lhes forma e utilidade. Transformar as energias e a matéria do mundo tridimensional é a primordial tarefa da humanidade. Como co-criador, cabe ao homem atuar sobre a matéria, construindo e destruindo, para que se proceda a transformação, desde que suas ações respeitem as demais leis naturais e que, por mais uma vez, ele não esteja se deixando levar por suas paixões humanas. Neste sentido, a destruição abusiva, que não visa a produção de um bem maior é um desrespeito à Lei.
          Os flagelos e as guerras são processos destrutivos, gerados pelo desequilíbrio e ignorância da própria humanidade. Sendo os elementais forças da natureza que não têm consciência própria, mas apenas refletem como espelhos a consciência humana, descarregam a negatividade produzida pelo homem, restabelecendo assim o equilíbrio. À medida que o homem vai expandindo sua consciência e desenvolvendo o controle sobre o bem e o mal, que ele próprio é capaz de produzir, estes mecanismos automáticos de descarga e reequilíbrio deixarão de ser necessários.
         A crueldade e o assassinato são comportamentos totalmente contrários às Leis da Natureza e refletem apenas a baixeza de sentimentos de alguns homens, bem como a sua total ignorância quanto aos princípios que regem a integridade física e a vida como bênçãos divinas. Quanto à pena de morte, ela é defendida apenas por aqueles que somente vêem o que é imediato e julgam pelas aparências do mundo concreto. Estes desconhecem todas as interligações entre os Seres humanos e limitam a compreensão da vida ao período entre o nascimento e a morte, parecendo-lhes que esta pode representar um fim para as maldades dos homens. Apenas a transcendência de si mesmo, além do Ego, além da própria verdade pessoal, além da pequena parte que ele pode perceber, permite ao homem começar a compreender a Verdade mais ampla que rege o Universo.

19.8. LEI DA COMPLEMENTARIEDADE: Servindo às ações de múltiplas interinfluenciações, atua a Lei da Complementaridade de eventos, que conjuga cada elemento de um evento aos elementos circunvizinhos, ou até mesmo elementos que não sejam vizinhos (salto quântico), mas que são compatíveis ou afins (ver Lei da Afinidade). Todas as energias se complementam de alguma forma, havendo entre elas, sempre, um ponto de ligação.

19.9. LEI DA AFINIDADE: É através desta lei que ocorre a interinfluenciação, mesmo que não se verifique a proximidade concreta dos corpos (salto quântico); isto porque a afinidade é a atração entre as energias dos campos, sejam elas de origem química, psíquica, emocional ou física, na qual se estabelece uma permuta ou intercâmbio interinflueciativo (mesmo à distância). Todas as energias afins se atraem, através do cosmos.

19.10. LEI DO RETORNO: O ser humano necessita urgentemente refletir sobre a verdadeira importância da conjugação destas Leis Cósmicas, no imenso Campo Uno (a Criação), pois elas lhes afetam em todos os momentos de sua vida, mesmo que não as conheçam ou não as identifiquem. O próprio ser humano é a conjugação e a incorporação desse conjunto de Leis Básicas. Daí, dizer-se que “o ser humano é a miniatura do cosmos, em sua estrutura individual”. Estas leis induzem ao funcionamento do ser humano e, ao mesmo tempo, atuam induzidas por ele, no âmbito maior das criaturas e da criação, através da Lei da Inter-influenciação. Desse modo, o ser humano, que faz parte deste âmbito maior, viverá e atuará em função do retorno de suas próprias induções emitidas e reverberadas, estabelecendo-se assim este intercâmbio. Em função da Lei do Retorno, fecha-se o círculo da ação e reação.

19.11. LEI DA SOCIEDADE: O homem tem necessidade de viver em grupo para o seu aperfeiçoamento, pois é através dos atritos entre as diferenças, que a pedra vai se tornando polida e expressando todo o seu brilho natural. As diferenças naturais dos Seres Humanos permitem comparações e avaliações, sendo cada um para o outro, o espelho no qual se mira, cria desejos de melhoria e percebe suas próprias falhas. A vida é rica em experiências de troca e, embora muitas vezes estas experiências sejam sofridas, invariavelmente levam ao crescimento espiritual, ao estabelecimento de novas metas de progresso a serem atingidas. Quando o ser está voltado para o mal, por seu livre arbítrio, pertence-lhe a responsabilidade pelos entraves que causar ao progresso.
           A atração pela vida social é intuitiva no homem e quando alguém busca o isolamento, normalmente o faz em função dos mecanismos de defesa, que passam a atuar após experiências traumáticas. O isolamento é a negação da oportunidade de aprender e ensinar, através das diferenças, pois se todos fossem iguais, não haveria progresso. O voto de silêncio, que não tenha como objetivo a manutenção de um modelo divino (como no caso das Veladoras Silenciosas que sustentam o Modelo Divino do Universo), também não atende às exigências da Lei. Cabe ao homem, pelo uso de sua inteligência, saber quando falar e quando calar e tanto um extremo quanto o outro, pode gerar o desequilíbrio. Quando o Ser Humano tiver plena consciência do poder de sua palavra, passará a usá-la com ponderação, sabiamente, obtendo resultados valiosos com aquilo que passar a manifestar no mundo da forma, através do poder da linguagem.
          Dentro do Imenso Plano de Aperfeiçoamento, os laços familiares, sob as pressões sociais, criam condições adequadas para o burilamento das divergências, muitas vezes inconscientes, que, não fosse a ligação familiar, manteria determinadas pessoas afastadas entre si. Sob o peso dos papéis familiares e sociais cobrados dos pais em relação aos filhos e vice-versa, as imperfeições humanas são trabalhadas no laboratório da grande escola que é a vida.

19.12. LEI DO PROGRESSO: Trazendo em si o germe do aperfeiçoamento, o homem não foi destinado a viver perpetuamente no estado natural, assim como não pode permanecer na infância. O progresso não se dá linearmente em todos os sentidos. Alguns progridem mais no âmbito intelectual; outros moralmente; outros, afetivamente através das várias experiências de vida, e uma vez alcançado um grau de progresso, não há como voltar atrás. A marcha do progresso cumpre-se inexoravelmente, porque esta é a Lei. Muitas vezes o homem, na sua ignorância, o atrapalha, mas jamais consegue impedir que ele prossiga (a humanidade progride no ritmo dos mais lentos, até o final de cada ciclo evolutivo, quando ocorre o salto quântico, que estamos vivenciando neste momento). Dentro deste processo, civilizações nascem, crescem e morrem, compondo etapas somente compreensíveis pela a visão de totalidade, na qual a sucessão das raças, elevação e queda das civilizações representam ciclos dentro de um programa maior.
       À medida que a humanidade caminha, o conhecimento humano vai despertando, vai se abrindo para o conhecimento supremo, nesta longa jornada de retorno a Deus. Somente quando a legislação humana estiver em  conformidade com as Leis Cósmicas, a humanidade alcançará a condição de vida que lhe foi prometida e que ela tanto busca, embora nem sempre saiba como nem onde encontrá-la. Se procurarmos um progresso linear, não o encontraremos. Precisamos compreender o progresso como uma força atuando dentro de um campo energético de atrações e repulsões, como as ondas do mar que, ao ritmo do balanço, seguem a sua maré, sob o efeito do yin e do yang, as duas polaridades energéticas.

19.13. LEI DA IGUALDADE: Todos são iguais perante Deus; apenas cada um no seu próprio momento do tempo. Aquele que está à frente iniciou a sua caminhada lá atrás; aquele que vem lá atrás, invariavelmente chegará ao término do seu caminho em direção a Deus, porque esta é a Lei.
          A valorização das desigualdades é, mais uma vez, fruto da ignorância humana em relação ao todo. Cada Ser traz para a existência uma programação divina a ser cumprida, tendo em si as aptidões necessárias para o seu êxito. Numa sociedade ideal em que este princípio fosse obedecido, cada um seria útil a si próprio e à comunidade e a partir da troca de experiências, ocorreria o progresso. A aptidão de cada um pode ser passada ao outro, e todos são caminhantes na mesma estrada.
       As desigualdades sociais e econômicas criam oportunidades para a realização da programação de cada um. Aquele que está num degrau social superior pode aprender a liderar sem humilhar, e dispondo de recursos materiais, tem a função de gerar benefícios sociais e oportunidades de trabalho. O rico e o pobre são seres em experiências de vida, que criam a oportunidade para que as imperfeições humanas possam ser elaboradas. O rico terá a oportunidade de testar o seu orgulho, desejo de poder etc. O pobre poderá elaborar a sua capacidade de luta, sua criatividade, a aceitação das Leis Maiores e, à medida que todos passem a compreender e respeitar a Lei, tais diferenças deixarão de ser necessárias como forma de aprendizagem, pois são diferenças relativas ao mundo da matéria, sem significado para o todo maior, onde todos são iguais em oportunidades evolutivas.

19.14. LEI DA JUSTIÇA: Deus é soberanamente justo e bom. O que o homem percebe como injusto é resultado da sua própria emissão de energia não qualificada e de sua visão limitada a uma parcela do Todo. A justiça maior se resume em fazer ao outro o que gostaríamos que nos fizessem. Na dúvida quanto ao certo ou errado, basta que o homem se coloque no lugar do outro e avalie se gostaria que alguém assim procedesse com ele. Mais uma vez, os entraves ao cumprimento das leis são as falhas humanas. Quando o ser descobrir dentro de si a própria luz, o próprio princípio divino que habita o seu Ser e permitir que este Amor flua do seu coração em seu benefício e no benefício do seu semelhante; quando o Ser aprender a amar a si próprio aceitando-se nas suas imperfeições; quando o Ser descobrir que Deus lhe concedeu a liberdade e o poder sobre as duas energias (o bem e o mal) e escolher o bem, realizando a Grande Obra Divina do aperfeiçoamento, a Lei do Amor Universal será cumprida, produzindo a caridade natural, e gerando benefícios para o bem comum.

19.15. LEI DO REAJUSTE: observe-se que no Cosmos ou Criação, a estrutura menor (micro-cósmica) é a base da estrutura maior (macro-cósmica). Sendo assim, é natural que o envoltório desta estrutura maior induza à que a estrutura menor se aperfeiçoe e ganhe a condição necessária para ingressar no estágio imediatamente superior. Deste modo, realiza-se a Lei do Reajuste para que se harmonizem os elementos afins. Este é um comportamento cósmico e também um comportamento do ser humano, que se repete em todas as suas atitudes, quer sejam sentimentais, racionais, dedutivas, digestivas e em tudo que pensarmos, pois todo campo de ação atrai automaticamente um campo de reação; e todo campo de reação induz a que seja formado outro campo de ação e, assim, sucessivamente.
Neste momento da evolução planetária, o reajuste está representado pelo simbolismo do final dos tempos; do final de um ciclo evolutivo, em que ocorre um salto quântico da parcela da humanidade que já tenha alcançado determinado padrão evolutivo. Neste momento de reajuste, aqueles que não alcançaram este padrão, continuarão suas evoluções em outro planeta.

19.16. LEI DA ANALOGIA: Este princípio encerra a verdade quanto à correspondência entre as leis e fenômenos dos diversos planos da existência e da vida. “O que está em cima é como o que está embaixo e o que está embaixo é como o que está em cima”. É por meio deste princípio que podemos compreender aquilo que para nós era até então desconhecido, tais como os planos emocional, mental, e espiritual do planeta, os quais jamais poderemos acessar, por intermédio dos nossos sentidos do corpo físico, sem a participação de nosso nível mental superior. Verificamos, pelo auxílio da Lei da Analogia, que as leis que governam a natureza e presidem as atividades de uma ameba, são exatamente iguais àquelas que governam as atividades dos demais seres, até chegar ao próprio homem.
Pode-se dizer que a célula está para o homem assim como o homem está para toda a humanidade. Pode-se dizer também que cada célula possui o seu intelecto, o seu mental, porque ela vive, move-se e existe, segundo leis complexas e se reproduz indefinidamente, exatamente como o homem que ela compõe. Se passarmos agora ao invisível, veremos a soma dos intelectos de um grupo de células, compor o mental de um órgão e formar uma das unidades do nosso aglomerado psíquico – O Homem.

19.17. LEI DA VIBRAÇÃO: Nada está parado; tudo se move; tudo vibra. Este princípio explica e prova que desde o Todo, que é puro espírito, até a mais grosseira forma de matéria, tudo vibra. Esta Lei mostra a ligação existente entre fenômenos aparentemente distintos, servindo para provar a completa homogeneidade de todo o Universo. Assim, todas as formas de energia são acompanhadas e diferenciadas por distintos graus de vibração. Cada estado mental ou emocional tem sua vibração própria e o segredo do contágio universal é devido ao fato de que as vibrações similares se ligam através da natureza emocional das pessoas, tornando-as sujeitas à influência emocional de outros. Todas as manifestações, quer sejam de pensamento, vontade, emoção ou desejo, são causadas e acompanhadas por vibrações de uma alta ordem, e estas vibrações tendem a influenciar outras, no campo da indução e a estabelecer mais outras similares. Neste aspecto está o segredo da influência vital e magnetismo pessoal. A vibração do espírito é de uma intensidade e rapidez tal que, praticamente, poder-se-ia compará-la a uma roda que, devido à sua excessiva velocidade, se nos afigura estar parada. Na extremidade inferior da escala estão as grosseiras formas da matéria, cujas vibrações são tão vagarosas, que também parecem estar paradas. Entre os dois pólos, existem milhões de graus diferentes de vibração.

19.18. LEI DA PROPAGAÇÃO: Tudo o que o ser humano pensa e sente gera um campo de ação (forma-pensamento preenchida pela energia dos sentimentos). Este campo de ação plasma-se num outro campo de irradiação, chamado éter etérico ou akáshico. Este, ao irradiar-se, dará origem a outra ação e, esta, conseqüentemente, resultará numa indução de reação ao comportamento anterior.

19.19.  LEI DA INTERINFLUENCIAÇÃO: Esta lei atua num imenso campo único, de modo que ele não se desagregue, bem como, no sentido de que nada nele contido (molécula ou átomo) se desprenda. Poderíamos também chamá-la de Lei da Coesão. Tudo se interliga com tudo.

 19.20. LEI DA POLARIDADE: Tudo é duplo; tudo tem pólos; tudo tem seu oposto; o igual e o desigual são a mesma coisa; os opostos são idênticos em natureza, mas diferentes em grau; os extremos se tocam; todas as verdades são relativas; todos os paradoxos podem ser reconciliados. A mentalidade do homem, submetida a esta lei, tem como pólos a Consciência Superior no positivo e o Instinto no negativo, tendo ainda, a mente externa entre os dois, como ponto de equilíbrio. A consciência enquanto material disponível à lembrança, corresponde apenas a 10% do poder mental do ser humano. A aplicação da mais elevada importância deste princípio é a possibilidade de mudar o tom das vibrações de um pólo para o outro, na escala em que elas se produzem (transmutar o ódio em amor; o mal em bem, etc.) pela aplicação consciente da vontade e dos processos auxiliares adequados. Não somente é possível mudar a própria polaridade, mas ainda, por influência direta, a de outras pessoas, sempre que a Lei Divina o permita. Eis aí, o tratamento mental em sua simples descrição (ressignificação, transmutação).
             O positivo pode agir sempre sobre o seu negativo, mas o negativo é, pela sua própria essência, sem ação possível sobre o seu positivo, salvo por perversão voluntária, permitida (livre arbítrio). Tal é pois a Lei, e é apenas por contravenção a esta lei que o mal existe; forma por isso um estado de equilíbrio instável (desequilíbrio) em que o mínimo esforço pode restabelecer a norma. O mal não possui uma existência real; é tão somente uma relatividade fugaz; sua essência é o nada. O mal é pois uma orientação retrógrada; uma involução contra a natureza, que é fácil de aniquilar pela aplicação consciente das Leis da Cósmicas. Os opostos são a mesma coisa, diferindo somente em grau, como por exemplo:  calor e frio (diferentes graus de temperatura); luz e escuro (diferentes graus de luminosidade); amor e raiva (diferentes graus de sentimento). O conhecimento do princípio da polaridade permite ao homem transformar-se, tornando-se senhor de seus pensamentos, sentimentos, palavras e atos, e dirigir as forças da natureza, obtendo efeitos que, na opinião dos ignorantes, representam os chamados milagres (transmutações).
         Tudo tem seu oposto, que é o outro pólo da sua manifestação. O que quer que se afirme de um dos pares de opostos, deve-se negar ao outro; e o que quer que se negue a um, deve-se afirmar ao outro. Há sempre um ponto de equilíbrio entre os pólos de cada par de opostos. No ponto central está o poder sobre todas as coisas. Quando se diz: “A ação e reação se igualam”, isto indica um ponto central, onde se encontra a verdadeira alavanca de força formidável que tudo moverá (o ponto de equilíbrio entre os extremos).

19.21. LEI DO MENTALISMO INTEGRAL: O todo é Mente; o Universo é Mental. Se tudo é mente, vivemos dentro desta Mente, que podemos denominar Mente Universal e com a qual estamos sempre em comunicação, por meio de nossas mentes individuais. À proporção em que progredimos e evoluímos emocional, mental e espiritualmente, maiores se tornam as nossas possibilidades de conhecimento das sublimes leis que regem a natureza, alargando-se consideravelmente o nosso horizonte espiritual. O Mentalismo é uma força infinitamente poderosa, de possibilidades ilimitadas, originando preliminarmente a inteligência e tendo como conseqüência o adiantamento físico, moral, mental, científico, artístico e espiritual, em cada um de nós.
A Lei do Mentalismo encerra o conhecimento das verdades oriundas da Única Verdade. Ela está na designação da Biologia, Fisiologia, Física, Química e demais ciências que consideram e estudam a vida nas suas propriedades gerais e especiais.  O Mentalismo explica a verdadeira natureza da Energia e da Matéria, bem como o porquê de todas elas se encontrarem subordinadas ao domínio da Mente.

19.22. LEI DO RITMO: Tudo tem um fluxo e refluxo; tudo tem suas marés; tudo se manifesta por oscilações compensadas; a medida do movimento à direita é a medida do movimento à esquerda; o ritmo é a compensação. Manifesta-se esta lei tanto na criação, quanto na destruição dos mundos. Tanto no progresso e elevação das nações, quanto no seu retrocesso e queda; na vida de todas as coisas e, bem assim, em todos os estados mentais do homem. Tudo inspira e expira. Tudo sobe e desce. Tudo palpita. A palavra ritmo quer dizer: Impulso em movimento regular, em tempos determinados, com seqüência alternada. O termo alternado quer dizer variação sucessiva. Ocorrer significa acontecer ou repetir-se por intervalos, de modo regular (pêndulo). A evolução da terra em torno do seu eixo e em torno do sol, num tempo de perfeita regularidade; a oscilação de um metrônomo e até mesmo a medida presente na poesia e na música, são expressões e significações do que seja o ritmo, que assim quer dizer: oscilação compensada e em tempo regular. O período entre os dois impulsos alternados constitui a ordem, grau ou pulsação do ritmo: A medida rítmica dá periodicidade. O termo periodicidade emprega-se com relação ao estado de ocorrência intervalada. Toda causa fenomenal tem sua pulsação rítmica ou medida de periodicidade. Toda pesquisa científica, feita em tal sentido, afirma: Tudo pulsa.

19.23. LIBERDADE: A liberdade humana é uma liberdade relativa. O direito de cada um termina onde começa o direito do seu semelhante. Embora paradoxal, é livre o homem que reconhece que acima de sua vontade existem leis maiores que protegem o bem comum, e quanto mais ele agir de acordo com estas “limitações”, entendidas como regras superiores, mais autônomo será em relação a si próprio, mais terá Deus dentro de si e mais será capaz de realizar, pois estará em plena harmonia vibratória com o Todo
        .Aquele que tenta impor sua forma de pensar ao outro, impedindo-o de expressar o próprio Ser, desrespeita a Lei e interfere na programação alheia, tornando-se responsável por isto. As várias formas de escravidão, de aprisionamento econômico, moral, social etc., são ainda expressões de baixeza dos sentimentos humanos, apoiados apenas na percepção da vida material. Cada um traz dentro de si uma Consciência Superior, a sua parcela da Verdade Total. De acordo com o princípio do livre-arbítrio, são de sua inteira responsabilidade as escolhas que realiza. Cada ser tem direito às próprias crenças, desde que respeite as crenças do seu próximo, não se colocando como o dono da Verdade Absoluta, que pertence a Deus. Valores e crenças são instalados em função de necessidades emocionais e evolutivas, protegidas pelos mecanismos de defesa do Ego. Inconscientemente, em contato com o Todo Maior, estas divergências tornam-se insignificantes e tenderão a desaparecer com a ampliação da consciência do homem, pois a Verdade Divina é uma só.

19.24. LEI DA TRANSFORMAÇÃO: Se o ser humano vive e se sujeita apenas a seus instintos e reflexos que recebe e aceita do ambiente maior da mente coletiva, sem mesmo questionar-se, ele é apenas um ser mecânico. No entanto, a partir do momento em que ele passa a indagar a si mesmo,  se deve ou não receber estas induções, ele estará ativando sua consciência que reordenará e livrá-lo-á do campo de influência do meio ambiente, saindo assim do círculo vicioso. Ele deixa de ser induzido para ser indutor, começando a transformar sua atitude, que antes era simplesmente receptiva-passiva a estas induções ambientais, numa atitude ativa, começando a emitir ondas de ação transformadora, através de atitudes conscientes assumidas pela sua Individualidade. Assim a Lei de Retorno cumpre seu círculo de ação e reação.
       As leis que regem os Universos ou a Criação e suas Criaturas são simplesmente o comportamento do princípio ativo advindo da Grande Fonte da Divindade, o Criador. Este princípio único que é energético, ao se infiltrar nas regiões aparentemente vazias, manifestar-se-á, segundo as possibilidades que encontrar, pois, através da lei da Propagação, ela atua levando elementos que vão induzindo e assumindo expressões cósmicas. Todos são Um e esta grande Unidade é feita pela integração do todo menor no Todo Maior. Do mesmo modo, a “Grande Consciência”, que elabora este plano de ação e reação, é formada por todas as consciências que a compõem: - Todos fazemos parte de uma realidade e comportamento único. O Grande Uno, ao se multiplicar, mantém matematicamente, a sua essência inalterada. Este é o grande mistério da manifestação.
       O ser humano ignora que faz parte do Todo, julgando-se uma Individualidade isolada e concentrando em si uma grande carga de tensão egocêntrica, esquecendo-se desta forma de redistribuir sua potencialidade, destinando-a às múltiplas finalidades e funções da existência, em conformidade com o Plano Maior. Por isto, vive tenso, com os nervos “à flor da pele” contra tudo e contra todos, numa posição primária de autodefesa, desconhecendo a si próprio e a sua tarefa em relação às circunstâncias externas. Para sanar esta situação, a solução seria insistir em seu auto-conhecimento, de modo a superar seu comportamento egocêntrico e, em seguida, externar-se e irradiar-se, com consciência e amor, a tudo e a todos. O efeito imediato será de alívio e desconcentração da sobrecarga egocêntrica. Isto se justifica porque o ser humano vive num mundo dual e, para que haja equilíbrio, estes dois movimentos ou atuações devem realizar-se com igual intensidade. Se não existisse esta dualidade de mundos, não existiria a Lei da Propagação e a Lei de Causa e Efeito.
       A Lei da Propagação é também responsável pela manifestação do mundo dual. Precisamos reduzir a força da Lei da Propagação, reduzindo a atuação conflitante das forças antagônicas, unificando-as pelo processo de compatibilidade e complementaridade. Quando isto acontecer, todas as Leis que regem os Universos conjugar-se-ão, retornando à sua característica de Princípio Único. Assim o ser humano sairá do mundo das ilusões e das incompatibilidades criadas pelo processo dual, aproximando-se da unificação com seu Criador e conseqüentemente, afastando-se  do mundo das ilusões, das aflições e das pequenas alegrias egocêntricas.
             O conhecimento e cumprimento destas Leis podem facilitar ao homem o seu processo evolutivo e a eliminação do sofrimento, que é desnecessário para aqueles que já têm suas consciências despertas para o verdadeiro sentido da vida. Este é um novo tempo, a partir do qual, gradualmente, a humanidade se reintegrará ao Grande Plano. E a chave para este novo tempo está no coração de cada um, na busca incessante da expressão do Cristo Interno e na transmutação em si mesmo, das paixões humanas negativas, que foram alimentadas através das gerações, ao longo dos tempos.

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Site: www.suelimeirelles.com





[1] Texto de autoria de Sueli Meirelles, complementado por textos do Livro dos Espíritos, de Allan Kardec e pelos ensinamentos do Filósofo Egípcio Hermes Trimegistus.
[2] O Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec.
[3] Técnica criada e desenvolvida por Sueli Meirelles, no Carrossel de Luz – Grupo de Pesquisas de Fenômenos psicoespirituais.