A
fragmentação do conhecimento levou a humanidade a uma crise sem precedentes na
sua história.
A ciência se afastou da ética na medida em que
deixou de se posicionar, através de sua “neutralidade” em relação a outros
ramos do conhecimento, tais como a filosofia, a arte e a religiosidade. Essa
aparente objetividade fez com que as regras de ética ficassem exclusivamente
por conta das religiões.
A
objetividade científica e da tecnologia se transformou em indiferença em
relação aos critérios éticos. O resultado é que o mundo tecnológico está sem
rumo firme, sem saber mais o que está certo e o que está errado, ou, no mínimo,
não se preocupa com isto. A separatividade
entre ciência, arte, filosofia e tradições, pode ser o maior responsável pelo
caos que se verifica atualmente, uma vez que, por conseqüência, parece ter
contribuído para o distanciamento da ciência e da tecnologia em relação à
ética.
Como as
organizações são feitas por pessoas, elas dependem da boa vontade e do
entusiasmo do pessoal que delas faz parte, e este entusiasmo não pode ser
comprado.
Segundo
o velho paradigma newtoniano-cartesiano que predominou nos últimos trezentos
anos, o homem é considerado algo mecânico,
um objeto a ser manipulado para consumir cada vez mais e produzir cada vez mais
coisas para serem consumidas, num aparentemente inesgotável crescimento. E para
obter estes resultados, pensava-se que bastaria pagar e dar ordens para serem
obedecidas, dando treinamento quando necessário.
Na
organização do século XXI, o homem não aceitará mais ser tratado como mera peça
de uma engrenagem. Ele vai querer saber para que, para quem e por que ele
trabalha. E mais do que isto, só aceitará trabalhar e o fará com entusiasmo
sabendo que ele contribui de algum modo para servir à humanidade. Este aspecto
torna-se ainda mais importante, quando se refere à educação de crianças e
jovens, cidadãos do mundo de amanhã.
Uma
mudança progressiva de consciência está se operando em muitas pessoas desde o
final do século passado. Ela atinge também os empresários e líderes políticos.
Uma vez que esta mudança tem início, a gestão empresarial ou governamental muda
de colorido, no sentido de uma gestão holística.
Introduzido no Brasil por três
psicólogos franceses Jean-Yves Leloup, Monique Thoenig e Pierre Weil, o
Movimento Holístico, baseado no surgimento no novo paradigma holístico no campo
da ciência, resultou na fundação, em
1988, da UNIVERSIDADE HOLÍSTICA INTERNACIONAL DE BRASÍLIA - UNIPAZ, uma Instituição apoiada
pela UNESCO, totalmente empenhada na EDUCAÇÃO PARA A PAZ. Esta nova metodologia
científica vê o homem como uma Totalidade CORPO-MENTE-ESPÍRITO e pode ser
aplicada em todas as áreas de atividade humana, da empresa à escola, resgatando
os valores éticos que o Ser Humano necessita para a sua sobrevivência no Planeta.
8-1. O QUE É CULTURA ORGANIZACIONAL HOLÍSTICA:
Para começar, vamos lembrar a seguir o que entendemos por cultura;
depois o que define uma organização, assim como uma cultura organizacional;
enfim, é imprescindível definir a palavra holística; só então podemos
determinar o que vem a ser uma Cultura Organizacional Holística.
8.1.1. Cultura – Conjunto de valores, conhecimentos e costumes que
levam as pessoas de determinada sociedade ou grupo social a se comportarem de
determinada maneira nos diferentes atos de sua existência.
8.1.2. Organização – Coletividade de pessoas agrupadas
em torno de determinadas finalidades e procurando atingir certos objetivos,
estruturada em sistemas interligados de maneira a atender às suas finalidades
de modo eficiente.
8.1.3. Cultura organizacional – È o conjunto de
valores, conhecimentos, hábitos e costumes de determinada organização, conjunto
este que, acrescido à finalidade precípua desta coletividade de pessoas, leva
os sistemas e as pessoas que dela fazem parte a se comportarem de determinada
maneira em todos os principais atos, funções ou tarefas.
8.1.4. Holística – De Holos, grego, que significa inteiro, não fragmentado. Adjetivo ou
substantivo significa uma visão não fragmentada do real, em que sensação,
sentimento razão e intuição se equilibram, se reforçam e se controlam
reciprocamente, permitindo ao homem uma plena consciência, a cada momento, de
todos os fatores envolvidos em cada situação ou evento de sua existência,
permitindo-lhe tomar a decisão certa, no momento certo, com sabedoria e amor
espontâneos, o que implica a presença de valores éticos de respeito à vida sob
todas as suas formas. É uma visão em que o indivíduo, a sociedade e a natureza
formam um conjunto indissociável, interdependente e em constante movimento. É
uma visão na qual, paradoxalmente, não só as partes de cada sistema se
encontram no todo, mas em que os princípios e leis que regem o todo se
encontram em todas as partes.
8.2.
Cultura
Organizacional Holística – Uma Cultura Organizacional Holística é um
conjunto de valores, conhecimentos e costumes ligados a uma visão não
fragmentada do mundo em que a organização ou instituição é considerada um
organismo vivo em constante movimento, constituindo um sistema de eventos com
uma constante interação e interdependência de sistemas maiores ou menores. Isto
leva os homens, mulheres e sistemas que dela fazem parte a se comportarem de
modo plenamente consciente e não-automático, dentro de finalidades ligadas ao
respeito e ao desenvolvimento de uma vida plena sob todas as suas formas: física,
emocional, mental e espiritual, em que a humanidade possa evoluir para o pleno
despertar da sabedoria e do amor.
[1] Texto de
autoria de Sueli Meirelles, complementado com textos de Pierre Weil, extraídos
do Livro Organizações e Tecnologias para o Terceiro Milênio.