O eixo vertical de espiritualidade é aquele que interliga o ser humano entre a
energia feminina de Deus-Mãe na Terra (matéria) com a energia masculina de
Deus-Pai no Céu (Espírito).
O eixo horizontal de
humanidade e fraternidade é aquele que interliga o ser humano com todos os seus
semelhantes, em diferentes estados de consciência. Temos, assim, o sentido de
Unidiversidade: A Unidade por detrás da Diversidade; O Grande Uno manifestado,
no mundo da matéria, em diferentes formas.
O movimento vertical
da evolução humana é um processo iniciático que inclui alguns estágios, quais
sejam: A Taça, a Cruz, a Espada e a Cruz Ansata. A Taça simboliza a etapa em
que o discípulo, após uma crise existencial em que as realizações da
personalidade não mais o satisfazem, inicia o movimento de busca do sentido
espiritual da vida, através de leituras, palestras e vivências, abrindo seus
chacras superiores à compreensão das realidades espirituais. Quanto a Taça se
preenche, simbolicamente ela verga ao peso do conhecimento adquirido, gerando
um impulso que move o discípulo à transformação dos aspectos negativos que
identifica em si mesmo, dando início à etapa da Cruz. Esta não tem o sentido de
sacrifício, mas, de sacro-ofício: O ofício sagrado de, simultaneamente, subir
na escala evolutiva, trabalhando em benefício dos seus semelhantes. É a Missão
Existencial, que todos nós trazemos registrada em nossos inconscientes
profundos.
Á medida que a missão
é realizada, o eixo vertical da espiritualidade vai se tornando maior, fazendo
com que o eixo horizontal de humanidade descenda, levando o discípulo a atuar
sobre seus estados de consciência mais básicos (desejo material, desejo sexual
e desejo de poder), não mais para combatê-los, mas para promover o equilíbrio
entre as polaridades geradoras de conflito: Material (Ter X Não Ter), Sexual
(Prazer X Desprazer), Poder (Mandar X Obedecer), dessa forma qualificando
amorosamente estes três primeiros estados de consciência, através do compartilhamento
dos recursos materiais, através do respeito ao corpo do outro, através do
respeito ao livre arbítrio do outro.
Nos Textos Sagrados, este
processo de aperfeiçoamento corresponde ao simbolismo da Escada de Jacó, ocorrendo
em três etapas:
- A
TAÇA (Oração): Etapa em que o discípulo busca o conhecimento externo
necessário ao Religare com o Divino, através do estudo e da prática
da oração:
- A
CRUZ (Missão): Etapa em que o discípulo busca o autoconhecimento,
dissolvendo os conflitos que emergem de seu inconsciente profundo à luz da
consciência e se dedica a servir ao próximo;
- A
ESPADA (Transmissão): Etapa em que o discípulo, depois de percorrer o
caminho do autoconhecimento, e finalmente conectado à Grande Fonte,
transmite os conhecimentos adquiridos ou despertados.
- A
CRUZ ANSATA (Comunhão): Etapa em que o discípulo efetua a integração entre
os opostos que o constituem, dissolvendo toda a fantasia de separatividade
que o distancia dos seus semelhantes, tornando-se um verdadeiro Pontifex,
um construtor de pontes entre todas as diferenças, até que a unidade seja
vivenciada na prática de suas relações pessoais.
Assim
despertado o Ser Evolucionante vivencia as etapas da Espada e da Cruz Ansata,
não como instrumento de luta, ou imposição ao outro, mas como símbolo da
palavra que é a Força do Espírito em Ação. Estas etapas resultam na entrega,
não mais com o sentido de passividade ou revolta, subserviência ou combate, mas
como aceitação ativa do modo como as situações se apresentam,
desinvestindo-as em suas polaridades negativas, para que os sonhos possam ser
transformados em projetos, através de ações construtivas. Estes foram os
exemplos que os Mestres da Humanidade, cada um ao seu modo, nos deixaram. Quem
assim desejar, que retorne ao caminho...
(*) Sueli Meirelles: Professora, Pesquisadora
e Especialista em Psicologia Clínica. Consultora em Desenvolvimento Humano,
Saúde Integral, Ecologia Integral e Educação para a Paz. Escritora e
Palestrante.
Contato Whatsapp: 55 22 999.557.166