sábado, 29 de outubro de 2016

NÍVEIS DE DESENVOLVIMENTO ESPIRITUAL - Capítulo 14 da Apostila do Carrossel de Luz

       Dentro de uma visão holística da vida e dos seres vivos em geral, podemos considerar um continuum interligando o ser mais elementar da natureza, até a maior expressão de perfeição: Deus. Neste continuum, o Ser caminha da ignorância para a consciência de pertencer a um todo que evolui constantemente em direção à perfeição absoluta. De um grau a outro, a transição é insensível e nos limites extremos, os matizes se apagam, como nos reinos da natureza, como nas cores do arco-íris, ou ainda, como nos diferentes períodos da vida humana.
       Neste enfoque, utilizaremos o termo SERES, referindo-nos à possibilidade de vida em outras dimensões, em outros planetas, como nos têm demonstrado possível os proeminentes cientistas interessados nos estudos da Física Quântica. Para aqueles que se dedicam a pesquisar mais a fundo este tema, ressaltamos um importante aspecto a ser levado em consideração: Entre todos os seres, nesta, assim como em outras dimensões de vida, existem seres ignorantes e aqueles que realmente podem ser considerados sábios, o que implica em que tenhamos cautela contra a tendência a acreditarmos que todos que se encontram em outras dimensões, tenham sempre maiores conhecimentos do que nós. Na prática, quando lidamos com os fenômenos de emergência espiritual, observamos que os Seres que nos são evolutivamente inferiores, não têm poder sobre nós e aqueles que se encontram evolutivamente acima, em nenhuma hipótese, desejam fazer-nos qualquer tipo de mal. Isto se afigura como uma importante condição de segurança, no contato com estes fenômenos desde que estejamos atentos à necessária identificação da faixa evolutiva de cada Ser que se apresente diante de nós. Os Seres em processo permanente de aperfeiçoamento admitem três categorias principais, ou três grandes divisões:

14.1.                Seres Imperfeitos: Caracterizam-se pela predominância da matéria sobre o espírito e pela propensão ao mal.

14.2.                Bons Seres: Caracterizam-se pela predominância do espírito sobre a matéria e pelo desejo do bem.

14.3.                Seres Puros: São aqueles que atingiram o grau supremo da perfeição, aproximando-se de Deus, já tendo alcançado o nível de Maestria, ou seja: Colocaram suas Personalidades, com todos os seus potenciais, a serviço da sua Individualidade ou Essência Divina.

Com o auxílio da classificação a seguir, torna-se fácil determinarmos a ordem, assim como o grau de superioridade ou de inferioridade daqueles com quem estabelecemos contato, nesta ou em outras dimensões de vida, através dos possíveis estados de consciência que consigamos acessar e, por conseguinte, o grau de confiabilidade que mereçam de nossa parte.

14.1. SERES IMPERFEITOS: Apresentam a predominância da matéria sobre o espírito e propensão ao mal. Demonstram ignorância, orgulho, egoísmo e todas as paixões que lhes são conseqüentes. Têm a intuição de Deus, mas não o compreendem. Nem todos são essencialmente voltados para o mal. Em alguns há mais leviandade, irreflexão e malícia do que verdadeira maldade. Alguns não fazem o bem nem o mal, porém, pelo simples fato de não fazerem o bem, já denotam inferioridade. Outros, ao contrário, sentem prazer em praticar o mal e ficam alegres com a oportunidade de fazê-lo, por desconhecerem completamente os princípios que regem a vida e a evolução da humanidade.
A inteligência pode achar-se neles aliada à maldade ou à malícia. Qualquer que seja o grau de desenvolvimento intelectual que tenham alcançado, suas idéias são pouco elevados e mais ou menos inferiores os seus sentimentos, uma vez que, para alcançar a sabedoria, o Ser em evolução deverá equilibrar o seu desenvolvimento emocional com o seu desenvolvimento intelectual.
Estes Seres têm conhecimentos restritos em relação aos eventos do mundo sutil, tais como leis  e princípios evolutivos e o pouco que sabem confunde-se com as idéias e preconceitos que ainda os ligam à matéria. Não nos podem fornecer mais do que noções errôneas e incompletas, dentro do alcance da própria percepção e nível evolutivo. Entretanto, nas suas palavras, mesmo imperfeitas, o observador atendo encontrará a confirmação das grandes Verdades Divinas.
 Todo Ser que em suas palavras traz um mal pensamento pode ser classificado nesta terceira ordem. Eles vêem a felicidade dos bons e isto lhes constitui incessante tormento, porque os faz experimentar todas as angústias que a inveja e o ciúme podem causar. Revivem a lembrança e a percepção dos sofrimentos passados e esta impressão é muitas vezes mais penosa do que a realidade do momento evolutivo em que realmente se encontram. Sofrem pelos males de que padeceram anteriormente e pelos que ocasionaram aos outros e esses sentimentos não elaborados, os mantém estagnados na Quarta Dimensão planetária, até que possam libertar-se destes sentimentos negativos e alçar níveis mais evoluídos. Como sofrem por longo tempo, julgam que sofrerão para sempre, como se estivessem padecendo as penas eternas do inferno, pelo estado de consciência em que se encontram.

14.1.1. SERES IMPUROS: Por sua ignorância, são inclinados ao mal e fazem disto o objeto de suas preocupações. Dão conselhos pérfidos, sopram a discórdia e a desconfiança e mascaram-se de todas as maneiras para melhor enganarem os outros. Ligam-se a Seres de caráter bastante fraco e que se deixam influenciar pelas suas sugestões, com o objetivo de induzi-los à perdição, satisfeitos, em sua ignorância, por conseguirem retardar-lhes a evolução, fazendo-os sucumbir nas experiências da vida. Podem ser reconhecidos pelo nível de sua linguagem, quer em termos de forma ou de conteúdo.
A trivialidade e as grosserias das expressões, em todos os Seres, é sempre indício de inferioridade moral ou intelectual, pois a linguagem determina a visão de mundo de cada Ser. Nestes, a linguagem exprime a baixeza de suas tendências e quando tentam iludir, falando com algum grau de sensatez, não conseguem sustentar o assunto por muito tempo, acabando sempre por se traír. Quando na Quarta Dimensão, são designados por alguns povos como divindades maléficas; outros os designam pelos nomes de demônios, maus gênios, espíritos do mal etc. Quando nesta dimensão, constituem Seres que se mostram propensos a todos os vícios geradores das paixões vis e degradantes, tais como a sensualidade, a crueldade, a traição, a hipocrisia, a cobiça, a avareza etc. Fazem o mal por prazer, muitas vezes sem motivo e, por ódio ao bem, por desconhecerem o caminho para também praticá-lo. Quase sempre escolhem suas vítimas entre pessoas emocional ou mentalmente frágeis e inseguras. Representam flagelos para a humanidade, pouco importando a categoria social a que pertençam e o verniz da civilização funciona como uma camuflagem para o seu verdadeiro nível evolutivo. Necessitam de nossa ajuda e esclarecimento para retornarem aos caminhos evolutivos, em relação aos quais perderam a consciência.

14.1.2 SERES LEVIANOS: São ignorantes, maliciosos, irrefletidos e zombeteiros. Intrometem-se em tudo, a tudo respondem, sem se incomodarem com a verdade. Gostam de causar pequenos desgostos, de intrigar, de induzir maldosamente ao erro, por meio de mistificações e de espertezas. Na outra dimensão correspondem aos seres vulgarmente tratados por duendes, trasgos, diabretes. Acham-se sob a dependência dos seres superiores na Hierarquia Divina, que muitas vezes os empregam, como fazemos com os nossos servidores, em tarefas auxiliares. A linguagem de que se servem é, amiúde, espirituosa e faceira, mas quase sempre sem profundeza de idéias. Aproveitam-se das esquisitices e dos ridículos humanos e os apreciam, tornando-se mordazes e satíricos, como forma inferior de diversão.

14.1.3 SERES PSEUDO-SÁBIOS: Dispõem de conhecimentos bastante amplos, porém, crêem saber mais do que realmente sabem. Tendo realizado alguns progressos sob diversos pontos de vista, a linguagem deles apresenta um cunho de seriedade, de natureza a iludir com respeito às suas capacidades. Em geral, isto não passa de reflexo dos preconceitos e idéias sistemáticas que os caracterizam. Misturam  algumas verdades com erros dos mais polpudos, através dos quais expressam a presunção, o orgulho, o ciúme e a obstinação, de que ainda não puderam despir-se.

14.1.4 SERES NEUTROS: Não são nem bastante bons para fazerem o bem, nem bastante maus para fazerem o mal. Tendem tanto para um como para outro lado e não ultrapassam a condição comum da humanidade, quer no que se refere à moral, quer no que se refere à inteligência. Apegam-se às coisas materiais, de cujas grosseiras alegrias sentem saudades, quando delas estejam  privados, muitas vezes buscando as oportunidades para conseguí-las através de outros.

14.1.5 SERES PERTUBADORES: Inclui características dos seres perturbadores viventes também no plano físico, quando se satisfazem em atazanar outras pessoas, salientando suas dificuldades e defeitos. Propriamente falando, não formam uma classe distinta pelas suas qualidades pessoais. Podem caber em todas as classes inferiores de desenvolvimento. Quando na outra dimensão, geralmente manifestam sua presença por efeitos sensíveis e físicos, como pancadas, movimento e deslocamento  anormal de corpos sólidos, agitação do ar, etc. Afiguram-se mais do que os outros, presos à matéria. Reconhece-se que esses fenômenos não derivam de uma causa fortuita ou física, evidenciando caráter intencional e inteligente. Todos os seres podem produzir tais fenômenos, mas os de ordem elevada os deixam, de ordinário, como atribuições dos subalternos, mais aptos para as coisas materiais do que para as coisas do espírito. Muitas vezes servem à necessidade de atrair a atenção dos seres humanos para os fenômenos do mundo espiritual.

14.2. BONS SERES: Predominância do espírito sobre a matéria; desejo do bem. Suas qualidades e poderes para o bem estão em relação com o grau de adiantamento que hajam alcançado; uns têm a ciência, outros a sabedoria e a bondade. Os mais adiantados reúnem o saber e as qualidades morais. Não estando ainda completamente aperfeiçoados, conservam mais ou menos  rígidos os traços marcantes de sua personalidade, conforme a categoria  que ocupam, demonstrando isto na forma  de linguagem, nos hábitos, no que se descobre até mesmo algumas manias. De outra forma seriam seres perfeitos. Compreendem Deus e o infinito e já gozam da felicidade dos bons. São felizes pelo bem que fazem e pelo mal que impedem. O amor que os une lhes é fonte de inefável ventura, não sendo perturbados nem pela inveja, nem pelos remorsos, nem pelas más paixões, que constituem o tormento dos seres imperfeitos. Suscitam bons pensamentos, desviam o próximo da senda do mal, protegem os que se mostram dignos de proteção e procuram neutralizar a influência  dos seres imperfeitos sobre aqueles a quem não é devido sofrê-la. São bondosos e benevolentes com seus semelhantes. Não os movem o orgulho, nem o egoísmo ou a ambição. Não experimentam ódio, rancor, inveja ou ciúme e fazem o bem pelo bem.
                               Quando na outra dimensão são designados, por algumas crenças, pelos nomes de bons gênios, gênios protetores, espíritos do bem. Em épocas de superstições e ignorância, eles foram elevados á categoria de divindades benfazejas. Podem ser divididos em quatro grupos principais:

14.2.1. SERES BENÉVOLOS: A bondade é neles a qualidade dominante. Agrada-lhes prestar serviços ao próximo e protegê-los. Seus conhecimentos são relativamente limitados. Progridem mais no sentido moral do que no sentido intelectual.

14.2.2. SERES SÁBIOS. Distinguem-se pela amplitude de seus conhecimentos. Preocupam-se menos com as questões morais, do que com as de natureza científica, para as quais têm aptidão. Entretanto, só encaram a ciência do ponto de vista da sua utilidade e jamais deixam-se dominar por sentimentos inferiores.

14.2.3 SERES DE SABEDORIA. As qualidades morais de ordem mais elevada são a sua principal característica. Sem possuírem ilimitados conhecimentos, são dotados de uma capacidade intelectual que lhes faculta juízo reto sobre os homens e os acontecimentos.

14.2.4 SERES SUPERIORES. Esses reúnem em si a ciência, a sabedoria e a bondade, e a sua linguagem exala sempre benevolência. É uma linguagem invariavelmente digna, elevada e, muitas vezes, sublime. Sua superioridade os torna mais aptos do que os outros a nos darem noções exatas sobre os aspectos evolutivos, dentro dos limites do que é permitido ao homem saber. Falam complacentemente com os que procuram de boa fé suas instruções e já se apresentam bastante desprendidos das falhas humanas. Tendem a afastar-se dos curiosos e dos que não visam o bem comum. Na história da humanidade são representados por aqueles que contribuíram para o progresso da humanidade e cujas existências nos oferecem o tipo de perfeição a que a humanidade pode aspirar neste mundo. São os Seres, em sua última existência terrena, antes de alcançarem a Maestria.

14.3 SERES PUROS: Apresentam total superioridade do espírito sobre a matéria e superioridade intelectual e moral absoluta em relação aos seres anteriormente citados. Os Seres desta categoria despojaram-se de todas as impurezas da matéria, tendo alcançado a soma de perfeição de que é suscetível a criatura humana. Realizam a vida eterna no seio de Deus. Gozam de inalterável felicidade, porque não se acham submetidos as necessidades, nem às vicissitudes da vida material. Esta felicidade, porém, não é a de ociosidade monótona, a transcorrer em perpétua contemplação. Eles são os mensageiros e os Ministros de Deus (Mestres), cujas ordens executam para a manutenção da harmonia universal. Comandam a todos os que lhes são inferiores, auxiliam-nos na obra de seu aperfeiçoamento e lhes designam as suas missões. Assistir aos homens nas suas aflições, auxiliá-los no caminho do bem ou na expiação das faltas que os conservam distanciados da suprema felicidade, constitui para eles abençoada tarefa. Ocupam as categorias de Mestres Ascencionados, Anjos e Arcanjos e têm posições definidas na Hierarquia Cósmica. Entretanto, como o universo está em permanente processo de expansão e aperfeiçoamento, estas posições são temporárias, até que Eles venham a ser chamados para ocupar níveis  mais elevados desta Hierarquia.





[1] Texto introdutório de Sueli Meirelles, complementado por  texto extraído do Livro dos Espíritos de Allan Kardec.

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