...E
o Mestre Jesus disse. “Sede Perfeitos, como vosso Pai que está nos céus.” Mas o
que é esta imperfeição que devemos “combater”? Como e onde ela se localiza, em
nosso psiquismo? Por que, apesar de nossos esforços sinceros, muitas vezes
sucumbimos em nossos propósitos de aperfeiçoamento, como se algo mais forte nos
impelisse ao erro? Por outro lado, também ouvimos: “O homem foi feito à imagem
e semelhança de Deus”. Onde está esta nossa perfeição? Como poderemos
encontrá-la dentro de nós mesmos? Estas e muitas ouras questões vêm à nossa
mente, ao abordarmos este tema. O homem moderno, apesar de todo o seu avanço
técnico e científico, continua desconhecendo o maior fenômeno da natureza: Ele
próprio.
Aldous
Huxley, autor de “As Portas da Percepção, diz: ”Cada ser humano é capaz de
captar qualquer coisa, a qualquer momento, em qualquer ponto do Universo.” Com
este potencial imenso, seríamos bombardeados por uma quantidade atordoante de
informações simultâneas, o que tornaria a nossa vida, neste planeta de energia
densa, simplesmente caótica. Para que isto não ocorra, há um afunilamento deste
potencial, através de barreiras psíquicas chamadas de mecanismo de defesa do
psiquismo, que selecionam e deixam passar apenas aquelas informações que podem
ser compreendidas e aceitas pela nossa mente consciente. Desta forma, podemos
descrever o psiquismo, didaticamente, como sendo constituído por uma parte
consciente -–aquilo que conhecemos de nós mesmos – a barreira que representa os mecanismos de defesa do
psiquismo, que atuam como um filtro entre o inconsciente e o consciente,
deixando passar apenas aquilo que o consciente suporta perceber; e uma parte
muito mais ampla, inteligente e poderosa, que é o nosso inconsciente, capaz de
capar vários estímulos num só momento -
percepção inconsciente simultânea – onde estão todas as nossas motivações
inconscientes, tanto positivas quanto negativas.
Estas
diferentes partes psíquicas funcionam em diferentes níveis energéticos. Temos o
nível físico, o nível de sensações ou cinestésico, o nível emocional, o mental
inferior (o nosso pensamento objetivo), o mental superior (o nosso nível de
ideais), o nível intuitivo e o espiritual. Os três níveis superiores – o nível
espiritual, o intuitivo e o mental superior - compõem a nossa Individualidade,
a nossa parte mais essencial, constituído de Energia Divina, também chamada de
Mônada, Chama Tríplice, Chama Trina, Cristo Interno etc., a nossa parte perene,
eterna. Os quatro níveis inferiores – o físico, o cinestésico, o emocional e o
mental inferior – compõem a nossa Personalidade, aquela parte que mostramos às
outras pessoas e que representa o nosso caráter nesta existência. Constitui
também a idéia que conscientemente fazemos de nós mesmos, embora muitas vezes
venha do consciente uma certa dúvida quanto àquilo que acreditamos ser ou
gostaríamos de ser. É importante ressaltar que nem sempre a
Individualidade a Personalidade estão em
harmonia ou equilíbrio ecológico. Nem sempre uma pessoa é na sua essência ou
individualidade, aquilo que mostra em sua Personalidade
ou aquilo que gostaria de ser. É justamente neste sentido que a individualidade
pode atuar como um sabotador dos propósitos da Personalidade, ou, em outros
casos, denunciar a Personalidade em sua tentativa de mascaramento, quando busca
aparentar ser melhor do que realmente é.
De
acordo com a Psicologia Transpessoal (que estuda os aspectos psíquicos além da
Personalidade), partimos do princípio de que “todo indivíduo já possui dentro
de si mesmo todos os recursos de que necessita para alcançar seus objetivos de
aperfeiçoamento, nesta existência. Todos possuem a Chama Trina dentro de si
mesmos, a sua Luz Interna. O trabalho terapêutico consiste então em colocar o
cliente em contato com este poderoso recurso interno, à luz do qual ele
escolherá o que irá conservar e o que irá modificar em si mesmo, tomando por
base o seu Arquétipo – modelo divino e perfeito, criado para cada
Individualidade ou Emanação de Vida que vem de Deus – O homem feito à imagem e
semelhança de Deus. Cabe ao homem, portanto, concretizar este modelo com seu
próprio esforço - a cada um será dado segundo suas obras - e segundo a Lei do Livre Arbítrio.
Através da técnica de Captação Psíquica
constatamos que cada pessoa possui dentro de si uma programação de vida a ser
realizada, em relação ao seu próprio aperfeiçoamento e em relação ao
aperfeiçoamento da comunidade em que ela está inserida. Ocorre também que, em
muitos casos, por uma série de interferências situacionais e diferentes
configurações energéticas, ou ainda registros emocionais do inconsciente
profundo, a pessoa não está cumprindo sua programação de vida. Nestes casos,
iremos entrar em contato com estes registros, liberando o conteúdo emocional
alí contido e levar o inconsciente a perceber que agora ele está em outro
momento do tempo e que aqueles fatores negativos não estão mais presentes.
Somente entrando em contato com as
emoções negativas, uma pessoa poderá libertá-las e transmutá-las em energia
positiva, para ser utilizada em fins construtivos. O simples fato de reprimir
uma emoção negativa - raiva, orgulho,
tristeza, inveja etc. – não significa que ela tenha sido eliminada; apenas está
contida, aprisionada pelos mecanismos de defesa, dentro do inconsciente,
interferindo no comportamento do indivíduo, todas as vezes em que a vigilância
dos mecanismos defensivos diminuir. Tal procedimento cria um estado de tensão
interna no indivíduo, podendo chegar a um ponto em que toda a sua energia será gasta dentro dele mesmo, no trabalho de
contenção dos conflitos emocionais. Isto o levará a um clímax em que pouca
energia restará para a realização da programação de vida, estagnando-se assim o
processo de aperfeiçoamento e mantendo-se o indivíduo preso na teia de suas
próprias emoções negativas inconscientes.
Cada um de nós é um centro gerador de
energia eletromagnética. Nosso cérebro é um computador. Quando pensamos,
geramos energia que irá condensar-se numa forma-pensamento – imagem formada
pela concentração de energia do pensamento humano. Quando pensamos
negativamente, criamos formas-pensamento negativas, que irão se associar a
outras formas-pensamento de igual freqüência energética, voltando
posteriormente a nós mesmos, acrescidas dessas energias semelhantes ao mal que
produzimos. Quando produzimos formas-pensamento positivas, o processo
igualmente repetir-se-á e teremos de volta a nossa energia positiva, acrescida
de energias semelhantes.
Segundo as últimas pesquisas realizadas
no campo da Psicologia Transpessoal, a média dos seres humanos utiliza 3% de
sua energia mental positivamente; 25% dessa energia, negativamente, e 72% sem
nenhum direcionamento objetivo, constituindo energias malbaratadas ou
desperdiçadas. Para que o processo de aperfeiçoamento se concretize é
necessário que 49% da nossa energia seja utilizada construtivamente, nas 24
horas do dia, dividas em 8 horas de trabalho, 8 horas de lazer e 8 horas de
descanso – medidas de tempo relativas à Terceira Dimensão.
Este modelo pode nos proporcionar uma
ajuda valiosa no sentido de percebermos, a cada dia, como estamos utilizando
nossas energias mentais e até onde estamos realmente contribuindo para o nosso
aprimoramento pessoal e, pela nossa co-responsabilidade em relação ao todo – o
corpo mental do planeta Terra é formado pelo somatório de nossos corpos mentais
– perceber até onde estamos contribuindo positivamente para a melhoria do mundo
em que vivemos.
Através desta observação
diária, poderemos identificar também as motivações inconscientes que nos sabotam, no sentido
de compreendermos que elas tiveram origem numa situação de sofrimento físico ou
psíquico e somente através da aceitação incondicional, do não julgamento e,
principalmente, da transmutação das nossas energias negativas em energias
positivas, chegaremos realmente a realizar aquele modelo de perfeição que
constitui o objetivo da existência e que cada um de nós tanto deseja alcançar.
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