quarta-feira, 15 de novembro de 2017

O SONHO DA ESTRELA E DO SER VIOLETA - Texto Complementar XVI

Então o Ser que era uma Estrela uniu-se ao Ser de manto violeta e juntos começaram a recordar o sonho. Como num filme, a multidão ia vendo e ouvindo tudo porque, naquele local, as idéias eram coisas de que são sombras as coisas que se vêem na Terra.
Eles recordaram o sonho, sim: o sonho duma nova idade de ouro na Terra. A multidão ia vendo uma Terra com seres vitoriosamente livres, com seres pensando, sentido e agindo sem estarem presos às aparências, às formas, aos sentidos ou ao turbilhão sempre mutável dos fenômenos e das situações. A multidão ia vendo uma Terra cheia de seres que se amavam, que verdadeiramente se amava. A multidão ia vendo uma Terra cheia de seres que sabiam – que verdadeiramente sabiam – porque existiam, para que existiam e como existir. Via uma Terra cheia de homens em harmonia e união entre dois, entre vários, entre muitos, entre todos. Via uma Terra com governos que cumpriam o destino da vontade de Deus e todas as nações da Terra agrupadas. Via uma Terra cheia de paz, porque o homem compreendia a mulher e a mulher o homem; os pais compreendiam os filhos e os filhos os pais; o empregado amava o patrão e o patrão o empregado. Nenhum colega, nenhum vizinho, nenhuma cidade, nenhum país queria passar à frente do outro.
Os seres sonhavam e a multidão ia vendo uma Terra sem males e sem doenças porque os homens já não estragavam tudo, as suas vidas estavam em ordem e as leis de Deus e da Natureza eram obedecidas; uma terra sem crueldades onde já ninguém dizia “o problema é teu” ou “cada um por si” ou “quero lá saber”; onde já ninguém decepcionava o sorriso inocente das crianças; onde ninguém traía o amor puro do próximo; onde ninguém zombava das fraquezas alheias; onde ninguém julgava pelas aparências; onde os que viam mais longe eram acarinhados e justamente valorados.
       Os dois Seres (o que era uma Estrela e o do manto violeta) iam sonhando e a multidão ia vendo. Via uma Terra cheia de consolação, de simpatia e de humildade porque todos sabiam que todos eram divinos. Via uma Terra cheia de perdão e de misericórdia. Via uma Terra cheia das mais belas obras, de artistas inconcebíveis (que não existem ainda na Terra, mas apenas no Céu). Via uma Terra cheia de verdade, de pureza e de devoção ao que é bom e justo.
Os dois Seres sonhavam e via-se uma Terra sem fome nem sede (de bebida, de comida ou de justiça) porque todos eram bons e altruístas e sabiam que eram irmãos, deuses e filhos do Altíssimo. Via os homens serem justos entre si, para com os irmãos animais, plantas e para com tudo quanto existe. Não havia falsas justiças nem hipocrisias nem fingimentos: todos tinham percebido que quem faz mal, fá-lo mais a si do que a qualquer outro.
Via-se uma Terra onde os homens, os anjos e os elementais dançavam de mãos dadas. Onde havia gratidão e amor espontâneos para todos. Onde havia magos do bem, da luz (e só do bem e da luz). Onde havia a inocência das crianças e a prudência dos adultos.
Os seres sonhavam ainda com uma Terra sem dor e sem luto.  Com uma Terra sem morte porque todos os homens sabiam que a vida não tem fim.
A multidão via uma Terra com seres cheios de luz de todas as cores puras e claras, uma Terra cheia de Luz que se via lá longe, lá longe nos outros planetas.
Os Seres (o que era uma Estrela e o Ser violeta) sonhavam e a multidão via tanta coisa mais, tanta coisa mais e, além disso, tudo o resto e, além disso, tudo...
Então, ouviu-se o som contínuo dum órgão tocando um acorde que era o acorde da Terra. Todos se sentiram vibrar e a Terra soava, emitia, clamava para o Cosmos.

 (Mestre Francisco de Assis – As Novas Escrituras -Volume I - O Livro do Amanhã - Capítulo III - Centro Lusitano de Unificação Cultural)

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[1] Texto extraído do livro As Novas Escrituras.

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