sexta-feira, 10 de abril de 2020

MÁSCARAS DA QUARENTENA


Recolhidos às nossas casas, nós vivemos tempos de profundas reflexões. Se dentro do princípio de sincronicidade, tudo tem um significado, porque estamos sendo convocados ao uso de máscaras, para evitarmos a contaminação pelo Corona Virus? Como sempre, fui até o dicionário online e lá, encontrei a seguinte definição de máscara: Peça com que se cobre parcial ou totalmente o rosto para ocultar a própria identidade. No Teatro, máscara é assim definida: “Peça com que os atores cobrem o rosto para caracterizar o personagem”. Estranho! O que tudo isto nos quer dizer? Está se tornando evidente que, neste final civilizatório, estávamos escondendo nossas verdadeiras identidades, representando personagens criados por nós mesmos? Parei para pensar sobre isto! Numa corrida desenfreada em busca dos modelos sociais de sucesso e realização, sufocamos nossas individualidades para cedermos às pressões da persona?
Para C.G. Jung, “Persona” é a personalidade que o indivíduo apresenta aos outros, como real, mas que, na verdade, é uma variante às vezes muito diferente da verdadeira identidade. Sim! Estávamos cada vez mais nos distanciando do sentido evolutivo e espiritual da vida, para representarmos um personagem, acreditando que assim, seríamos mais amados e socialmente aceitos... E eis que, de repente, o pequenino e invisível Corona Virus, nos desmascarou, obrigando-nos ao recolhimento interior; obrigando-nos a nos olharmos no espelho mágico[1] da nossa interioridade, que nos revela que, diante do Divino, não somos nem maiores nem menores do que somos, em nossa real condição evolutiva: Pobres Seres Humanos, perdidos de si mesmos, numa correria frenética, que nos distanciava, cada vez mais, do real objetivo a ser alcançado: Aprendermos a ser seres humanos melhores do que estamos sendo. Fomos obrigados a colocar máscaras, para não contaminarmos nossos semelhantes com nossa saliva contagiosa. Lembrei-me que, há dois mil anos, Ele nos disse:Este povo se aproxima de mim com a sua boca e me honra com os seus lábios, mas o seu coração está longe de mim. Mas, em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos dos homens. Ouvi, e entendei: O que contamina o homem não é o que entra na boca, mas o que sai da boca, isso é o que contamina o homem”...Porque do coração procedem os maus pensamentos, mortes, adultérios, fornicação, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias.”(Mateus 15:6-11 - 19)...
Depois de compreender estes significados, sinto que as palavras tornam-se desnecessárias para continuar a escrever. Talvez por isso, o coração não fale; apenas sinta o que é necessário fazer!


                                   Sueli Meirelles, em Nova Friburgo, 10 de Abril de 2020.


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Um comentário:

  1. Viva,
    Ainda não tinha lido um comentário que fosse tão bem refetido como este; sincero e profundo, no entanto, tão simples; nada como a realidade tal como ela se apresenta… e mais palavras para quê?
    Agradeço esta valiosa partilha com que nos brindou e enriquecimento proporcionado. Muito obrigada por esta outra via de reflexão e, que apesar de sermos muitas vezes o mal uns dos outros, somos também o mal de nós próprios;
    Agradeço também, pelo quanto tenho aprendido nas vezes que cá venho.
    Abraço.
    lígia

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