A
compreensão do sentido da vida humana exige a compreensão da constituição
essencialmente divina do homem e de seus vários níveis de funcionamento.
Conforme o diagrama a seguir, podemos descrever cada indivíduo como sendo
constituído por uma Essência Espiritual (a Chama Trina: Força, Amor e
Sabedoria), que age como o núcleo de um átomo, ao redor do qual se agregam os
elétrons que compõem as várias experiências vividas pelo SER e que irão compor
seus registros inconscientes positivos, negativos e neutros (registros sem
significado especial). Esta é a individualidade do Ser. A sua volta, como uma
capa ou envoltório situa-se a Personalidade, a máscara social desenvolvida
através do processo educacional que se inicia na infância e que vai se
cristalizando no decorrer da existência terrena.
No processo de autoconhecimento, iremos
promover o esvaziamento dos conteúdos emocionais inconscientes negativos, bem
como a integração das potencialidades inconscientes positivas, reduzindo
conseqüentemente a atuação dos mecanismos defensivos apenas à função positiva
de proteção do indivíduo em relação às condições de vida que caracterizam o
mundo tridimensional.
Após o trabalho de esvaziamento dos
conteúdos emocionais negativos e de posse consciente de suas potencialidades
intrínsecas, o ser humano estará apto a expressar a sua essência, num processo
de iluminação de todo o Ser, quando então a Personalidade estará totalmente a
serviço da Individualidade. Nesta condição, os registros inconscientes assumem
a característica de Sabedoria. Tal processo costuma se realizar na última
existência terrena, quando o Ser terá alcançado a Mestria, saindo assim do
ciclo de nascimentos e mortes. Seus exemplos de vida tornam-se a pura expressão
do Amor Divino pela humanidade como um todo, constituindo-se em modelos para
aqueles que se empenham no próprio desenvolvimento espiritual. Consciente dessa
condição de Ser em permanente processo de aperfeiçoamento, o indivíduo pode
reconhecer-se como um Ser dinâmico, lidando com as várias experiências de vida
no aqui-e-agora e delas extraindo aquilo que elas têm de positivo, como
elemento de aprendizagem. Poderá então chegar a perceber que as aparentes
pedras e tropeços que encontra pelo caminho da vida são, na Realidade Maior,
gotas de luz que vão se acumulando no seu corpo causal, arquivo mental de todas
as suas experiências, ao longo do tempo.
De acordo com a ideia de que a própria Terra é
um ser vivo, em permanente processo de evolução cósmica, surge uma interligação
intrínseca entre nós, seus habitantes e o nosso planeta como um todo. Tendo
também os seus vários níveis de funcionamento, podemos afirmar que o nível
físico da Terra corresponde ao resultado das ações concretas da humanidade, na
terceira dimensão. Pelas atuais condições de devastação, miséria e desrespeito
à natureza, podemos fazer uma avaliação quanto à qualidade das ações humanas
sobre o planeta.
Na
Quarta Dimensão, o corpo emocional do planeta é composto pelo somatório das
emoções humanas, resultando, nas atuais condições evolutivas da humanidade,
numa egrégora densa e sufocante, principalmente nas regiões topográficas mais
baixas (costeiras), uma vez que as energias mais pesadas tendem a situar-se ao
nível do mar. Isto, segundo alguns estudiosos, irá contribuir para uma série de
alterações telúricas, que irão atingir principalmente essas regiões, na fase de
reequilibração energética do planeta, quando então as energias negativas serão
descarregadas no plano físico, ocorrendo a verticalização do eixo da Terra.
No plano
mental, o mesmo processo se repete, sendo o mental da Terra formado pelo mental
dos humanos. É interessante observarmos o status que costuma ser atribuído aos
grandes cérebros da humanidade, sem que se leve em conta o seu nível de
evolução moral e espiritual. Daí a utilização da inteligência em desacordo com
as Leis Cósmicas, quando são criados instrumentos que causam destruição e
sofrimento a todos os seres vivos do planeta.
No
plano espiritual, em sua opacidade, a Terra reflete o pobre nível evolutivo
alcançado pelos homens. Segundo alguns autores, os corpos celestes que possuem
luz própria são o habitat de seres altamente evoluídos, que igualmente já
alcançaram seu processo de iluminação. Há anos atrás, uma reportagem de jornal
se referia ao fato de que os astronautas russos da nave Mir teriam avistado
pequenos pontos de luz sobre a Terra, cuja origem eles não souberam explicar.
Estaria o nosso planeta entrando em sua fase de iluminação?...
Quando
tivermos alcançado as condições ideais para que a Terra seja reintegrada em sua
verdadeira posição no Plano Cósmico, todos os níveis anteriormente citados
estarão atuando de forma integrada e harmoniosa, consolidando-se assim a utopia
da sociedade ideal, do paraíso na Terra. Quando a essência luminosa do planeta
e da humanidade puder ser expressa através da crosta terrestre e das
personalidades, tornando suas superfícies igualmente luminosas, ter-se-á
construído uma sociedade perfeita, onde cada um estará ocupando o seu próprio
lugar, segundo sua programação inconsciente de vida. Isto deixará a humanidade
livre das inadequadas competições, frutos da sua ignorância quanto a um Plano
Superior para a vida terrena. Uma sociedade onde cada um, ao mesmo tempo em que
realizar o seu processo de aperfeiçoamento, contribuirá para o processo global
de evolução, através dos serviços para os quais está naturalmente habilitado.
Uma sociedade onde o trabalho será compreendido na sua função mais ampla de
contribuição para um plano geral de aperfeiçoamento e evolução e onde a
“esperteza” que promove o caos moral em que atualmente vivemos, será uma remota
lembrança de um passado distante, na aurora evolutiva da raça humana. O esquema
a seguir representa o planeta Terra evoluído, encaixado na sua posição de
quarto chacra do sistema solar, onde se faz a evolução emocional, tendo a população de
superfície desperta para mais uma etapa evolutiva, dentro do Plano Divino.
Enquanto o objetivo máximo da existência
humana é a ressurreição, Deus, na sua misericórdia, permite que o SER em
processo evolutivo tenha várias oportunidades de aperfeiçoamento, uma vez que
seria impossível que este alcançasse a Mestria numa única existência, saindo
assim do ciclo reencarnatório. Desta forma, podemos entender que cada
encarnação, existência ou Personalidade representa uma oportunidade de evolução
para que a Individualidade desenvolva determinados atributos, até que tenha transformado
todos os seus aspectos inferiores em qualidades, e possa submeter totalmente a
Personalidade, ao comando da Individualidade, ou melhor dizendo, deixando de
ter uma Personalidade, necessária, apenas, para a vida no espaço
tridimensional.
Outros fenômenos,
igualmente importantes, também podem ser explicados pelo conhecimento da
Individualidade e da Personalidade como componentes do Ser Total, tais como a
Transfiguração (vivida pelos Seres em sua última existência antes de alcançarem
a Mestria) e as Aparições que tanto assustam os habitantes do mundo
tridimensional.
O fenômeno da
Transfiguração ocorre quando a Personalidade , já bastante evoluída, torna-se
transparente, permitindo que a Luz
Interior da Individualidade iluminada a atravesse, tornando-se visível a outras
pessoas. Este fenômeno é também chamado de Iluminação e descrito pelas
religiões orientais, principalmente através dos ensinamentos de Mestre Buda.
Os casos de Aparição,
por sua vez, são ocasionados pela condensação da energia de uma Individualidade,
tornando-a visível no plano físico, ou pela elevação do estado de consciência
de um sensitivo, permitindo-lhe ver Seres em outras dimensões de vida.
O fenômeno da Ressurreição, último objetivo
da existência terrena, ocorre por uma aceleração dos elétrons que compõem o
corpo físico e este é potencializado à condição de Pura Luz, sendo absorvido
pela Individualidade, ocasionando o desaparecimento do corpo físico, como
aconteceu com o Mestre Jesus. A Ascensão, por sua vez, é realizada posteriormente
pelo SER, na condição de Cristo Ressurreto, com contribuição energética grupal,
para a absorção total dos corpos eletrônicos à Sua Essência. Damos a seguir, um
esquema ilustrativo, para melhor compreensão do sentido de vida eterna e de
multiplicidade de existências:
Texto e gráficos de autoria de Sueli Meirelles,
complementados por anotações da palestra de Hermano Feques, sobre Cosmogonia,
realizada em 1987, na residência dele, em Raiz da Serra.
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