A paciente A procurou a psicoterapia
em função das dificuldades de relacionamento conjugal, com sua genitora e
dificuldades de assumir suas funções maternas. Apresenta o padrão típico de
oralidade insatisfeita, com obesidade, dificuldades de controle alimentar e
falta de iniciativa. No decorrer do processo terapêutico, alcançou melhores
níveis de proatividade, retornando, posteriormente ao padrão inicial, diante do
que sugerimos as técnicas regressivas, em especial à vida intrauterina, renascimento
e memórias transpessoais, mas ela mostrou-se resistente, cancelando o
tratamento.
Como sua genitora também se
encontrava em processo terapêutico, agendamos uma captação psíquica com a
sensitiva A, que acessou uma memória transpessoal de nobreza, na qual o
genitor, insatisfeito com o fato de que sua esposa não lhe tivesse dado um
herdeiro do sexo masculino, ordena que se cumpra a lei e que a menina seja
morte ou doada para ser criada por outro família. Desesperada com a decisão do
marido e senhor, a mãe decide fugir com a criança, com o apoio da ama de leite
e de um barqueiro contratado para tal fim. Ao atravessarem um rio caudaloso, em
busca de refúgio em terras distantes, o barco naufraga, já próximo a margem e o
barqueiro e a ama conseguem salvar-se com a menina, mas a mãe, por não saber
nadar, morre afogada. Alcançando o refúgio em terras longínquas, o barqueiro e
a ama de leite criam a criança como sendo filha de ambos, jamais lhe revelando
suas origens de nobreza, desse modo preservando-lhe a vida.
Esta memória tão trágica explica o
comportamento de A, em sua existência atual, sempre exigindo do padrasto, o pai
na outra existência, que lhe dê o devido sustento e atenção afetiva, fazendo
com que a mãe fique como mediadora no conflito entre ambos. Como o padrasto não
acessa suas memórias transpessoais e A se recusa a fazer as técnicas regressivas,
a situação permanece em aberto, aguardando que o atual momento evolutivo de
final de ciclo planetário, traga, espontaneamente, esta memória à consciência do
pai e da filha de outrora... Que o Divino os sustente nesta travessia do
caudaloso rio da vida!
Dra. Sueli Meirelles, Nova Friburgo,
27/10/23, data da publicação do caso clínico.
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