domingo, 28 de janeiro de 2024

CASO CLÍNICO TRANSPESSOAL - A HERDEIRA

 


A paciente A procurou a psicoterapia em função das dificuldades de relacionamento conjugal, com sua genitora e dificuldades de assumir suas funções maternas. Apresenta o padrão típico de oralidade insatisfeita, com obesidade, dificuldades de controle alimentar e falta de iniciativa. No decorrer do processo terapêutico, alcançou melhores níveis de proatividade, retornando, posteriormente ao padrão inicial, diante do que sugerimos as técnicas regressivas, em especial à vida intrauterina, renascimento e memórias transpessoais, mas ela mostrou-se resistente, cancelando o tratamento.

Como sua genitora também se encontrava em processo terapêutico, agendamos uma captação psíquica com a sensitiva A, que acessou uma memória transpessoal de nobreza, na qual o genitor, insatisfeito com o fato de que sua esposa não lhe tivesse dado um herdeiro do sexo masculino, ordena que se cumpra a lei e que a menina seja morte ou doada para ser criada por outro família. Desesperada com a decisão do marido e senhor, a mãe decide fugir com a criança, com o apoio da ama de leite e de um barqueiro contratado para tal fim. Ao atravessarem um rio caudaloso, em busca de refúgio em terras distantes, o barco naufraga, já próximo a margem e o barqueiro e a ama conseguem salvar-se com a menina, mas a mãe, por não saber nadar, morre afogada. Alcançando o refúgio em terras longínquas, o barqueiro e a ama de leite criam a criança como sendo filha de ambos, jamais lhe revelando suas origens de nobreza, desse modo preservando-lhe a vida.

Esta memória tão trágica explica o comportamento de A, em sua existência atual, sempre exigindo do padrasto, o pai na outra existência, que lhe dê o devido sustento e atenção afetiva, fazendo com que a mãe fique como mediadora no conflito entre ambos. Como o padrasto não acessa suas memórias transpessoais e A se recusa a fazer as técnicas regressivas, a situação permanece em aberto, aguardando que o atual momento evolutivo de final de ciclo planetário, traga, espontaneamente, esta memória à consciência do pai e da filha de outrora... Que o Divino os sustente nesta travessia do caudaloso rio da vida!

Dra. Sueli Meirelles, Nova Friburgo, 27/10/23, data da publicação do caso clínico.

Nenhum comentário:

Postar um comentário