O
pré-adolescente G apresenta dores abdominais frequentes, ansiedade, insônia e bloqueio da expressão emocional. Fez
acompanhamento psicopedagógico para adaptação à nova escola, alcançando bons
resultados de aprovação, mas ainda necessitava de uma pesquisa mais profunda,
em suas memórias transpessoais.
Trabalhando
com a avó do menor, confirmamos que G traz as memórias transpessoais de seu
bisavô materno, o que já havia sido informado à família, em evento espontâneo de trans-comunicação,
através da sensitiva A, em uma antiga reunião de harmonização, realizada em meu
consultório. Na ocasião, o bisavô materno, para surpresa dos familiares
presentes na sessão, informou que estaria de volta como filho de V, que iria
sentar-se no seu colo e que a família teria uma surpresa numa terça feira. De
fato, a mãe de G fazia as ultrasonografias às terças-feiras, dia da semana em
que se confirmou que o bebê seria um menino.
G passou
pela separação litigiosa de seus pais, com muitos ressentimentos, lamentando-se
pelo fato de que eles, naquele momento, não
tenham pensado no filho, nem lhe explicado os motivos da separação repentina,
15 dias antes do Natal.
Realizando
uma captação psíquica de G, através de sua avó paterna, encontramos padrões
semelhantes entre a existência anterior e a atual. Na memória transpessoal do
bisavô paterno este, quando menino, morava numa casa de cômodos, num bairro
antigo do Rio de Janeiro, com a irmã bem mais velha do que ele e a mãe idosa e
do lar, que separou-se do marido quando o filho ainda era recém-nascido e
não permitiu que o pai o visse, quando
voltou, um ano depois e eles nunca mais se viram. Esta condição era motivo de
preocupação para o menino, que perdia noites de sono imaginando como seria a
sua vida, se a irmã costureira, que sustentava a pequena família, viesse a
falecer, o que na realidade não aconteceu, evidenciando-se os mesmos padrões
emocionais que emergem para serem curados.
Na
existência atual, após a separação dos pais, G passou a morar com a mãe e a avó
materna, revivendo o mesmo estado de ansiedade diante da possibilidade de
falecimento da avó provedora, dada a condição do desemprego materno. Também sente
falta da presença mais efetiva do pai, como apoio, lei e limite nas relações
com o mundo externo, aspecto que também vem sendo trabalhado nos acompanhamentos
terapêuticos do genitor.
Durante a
captação, conseguimos esvaziar muita dor e sofrimento retidos nas memórias
transpessoais de G, levando sua Individualidade a compreender que o que
aconteceu antes não precisa repetir-se na atual existência.
Atualmente
entrando na pré-adolescência, G se prepara para o ingresso na vida militar,
desejo não realizado na existência anterior, por ter sido avaliado como arrimo
de família, por ser o único homem, assumindo o sustento da mãe e da irmã, ainda
jovem, até o final de suas existências.
G ainda
se encontra em acompanhamento terapêutico, até que tenha alcançado o estado de
homeostase necessário para que ele retome a espontaneidade natural de sua
juventude e possa realizar, no tempo adequado, o seu sonho profissional,
interrompido na existência anterior, tendo seu pai como a mão amiga, protetora e orientadora do seu caminho evolutivo.
Dra.
Sueli Meirelles, em Nova Friburgo, 28 de janeiro de 2024.
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