segunda-feira, 29 de janeiro de 2024

CASOS CLÍNICOS TRANSPESSOAIS - MEMÓRIAS PATERNAS

 



               O pré-adolescente G apresenta dores abdominais frequentes, ansiedade,  insônia e bloqueio da expressão emocional. Fez acompanhamento psicopedagógico para adaptação à nova escola, alcançando bons resultados de aprovação, mas ainda necessitava de uma pesquisa mais profunda, em suas memórias transpessoais.

               Trabalhando com a avó do menor, confirmamos que G traz as memórias transpessoais de seu bisavô materno, o que já havia sido informado à família,  em evento espontâneo de trans-comunicação, através da sensitiva A, em uma antiga reunião de harmonização, realizada em meu consultório. Na ocasião, o bisavô materno, para surpresa dos familiares presentes na sessão, informou que estaria de volta como filho de V, que iria sentar-se no seu colo e que a família teria uma surpresa numa terça feira. De fato, a mãe de G fazia as ultrasonografias às terças-feiras, dia da semana em que se confirmou que o bebê seria um menino.

               G passou pela separação litigiosa de seus pais, com muitos ressentimentos, lamentando-se pelo fato de que eles, naquele momento,  não tenham pensado no filho, nem lhe explicado os motivos da separação repentina, 15 dias antes do Natal.

               Realizando uma captação psíquica de G, através de sua avó paterna, encontramos padrões semelhantes entre a existência anterior e a atual. Na memória transpessoal do bisavô paterno este, quando menino, morava numa casa de cômodos, num bairro antigo do Rio de Janeiro, com a irmã bem mais velha do que ele e a mãe idosa e do lar, que separou-se do marido quando o filho ainda era recém-nascido e não  permitiu que o pai o visse, quando voltou, um ano depois e eles nunca mais se viram. Esta condição era motivo de preocupação para o menino, que perdia noites de sono imaginando como seria a sua vida, se a irmã costureira, que sustentava a pequena família, viesse a falecer, o que na realidade não aconteceu, evidenciando-se os mesmos padrões emocionais que emergem para serem curados.

               Na existência atual, após a separação dos pais, G passou a morar com a mãe e a avó materna, revivendo o mesmo estado de ansiedade diante da possibilidade de falecimento da avó provedora, dada a condição do desemprego materno. Também sente falta da presença mais efetiva do pai, como apoio, lei e limite nas relações com o mundo externo, aspecto que também vem sendo trabalhado nos acompanhamentos terapêuticos do genitor.

               Durante a captação, conseguimos esvaziar muita dor e sofrimento retidos nas memórias transpessoais de G, levando sua Individualidade a compreender que o que aconteceu antes não precisa repetir-se na atual existência.

               Atualmente entrando na pré-adolescência, G se prepara para o ingresso na vida militar, desejo não realizado na existência anterior, por ter sido avaliado como arrimo de família, por ser o único homem, assumindo o sustento da mãe e da irmã, ainda jovem, até o final de suas existências.

               G ainda se encontra em acompanhamento terapêutico, até que tenha alcançado o estado de homeostase necessário para que ele retome a espontaneidade natural de sua juventude e possa realizar, no tempo adequado, o seu sonho profissional, interrompido na existência anterior, tendo seu pai como a  mão amiga, protetora e orientadora do seu caminho evolutivo.

                                        Dra. Sueli Meirelles, em Nova Friburgo, 28 de janeiro de 2024.

domingo, 28 de janeiro de 2024

CASO CLÍNICO TRANSPESSOAL - A HERDEIRA

 


A paciente A procurou a psicoterapia em função das dificuldades de relacionamento conjugal, com sua genitora e dificuldades de assumir suas funções maternas. Apresenta o padrão típico de oralidade insatisfeita, com obesidade, dificuldades de controle alimentar e falta de iniciativa. No decorrer do processo terapêutico, alcançou melhores níveis de proatividade, retornando, posteriormente ao padrão inicial, diante do que sugerimos as técnicas regressivas, em especial à vida intrauterina, renascimento e memórias transpessoais, mas ela mostrou-se resistente, cancelando o tratamento.

Como sua genitora também se encontrava em processo terapêutico, agendamos uma captação psíquica com a sensitiva A, que acessou uma memória transpessoal de nobreza, na qual o genitor, insatisfeito com o fato de que sua esposa não lhe tivesse dado um herdeiro do sexo masculino, ordena que se cumpra a lei e que a menina seja morte ou doada para ser criada por outro família. Desesperada com a decisão do marido e senhor, a mãe decide fugir com a criança, com o apoio da ama de leite e de um barqueiro contratado para tal fim. Ao atravessarem um rio caudaloso, em busca de refúgio em terras distantes, o barco naufraga, já próximo a margem e o barqueiro e a ama conseguem salvar-se com a menina, mas a mãe, por não saber nadar, morre afogada. Alcançando o refúgio em terras longínquas, o barqueiro e a ama de leite criam a criança como sendo filha de ambos, jamais lhe revelando suas origens de nobreza, desse modo preservando-lhe a vida.

Esta memória tão trágica explica o comportamento de A, em sua existência atual, sempre exigindo do padrasto, o pai na outra existência, que lhe dê o devido sustento e atenção afetiva, fazendo com que a mãe fique como mediadora no conflito entre ambos. Como o padrasto não acessa suas memórias transpessoais e A se recusa a fazer as técnicas regressivas, a situação permanece em aberto, aguardando que o atual momento evolutivo de final de ciclo planetário, traga, espontaneamente, esta memória à consciência do pai e da filha de outrora... Que o Divino os sustente nesta travessia do caudaloso rio da vida!

Dra. Sueli Meirelles, Nova Friburgo, 27/10/23, data da publicação do caso clínico.