quinta-feira, 16 de junho de 2016

ATH - ABORDAGEM TRANSDISCIPLINAR HOLÍSTICA - Capítulo 8 da Apostila do Carrossel de Luz


             A fragmentação do conhecimento levou a humanidade a uma crise sem precedentes na sua história.
             A ciência se afastou da ética na medida em que deixou de se posicionar, através de sua “neutralidade” em relação a outros ramos do conhecimento, tais como a filosofia, a arte e a religiosidade. Essa aparente objetividade fez com que as regras de ética ficassem exclusivamente por conta das religiões.
            A objetividade científica e da tecnologia se transformou em indiferença em relação aos critérios éticos. O resultado é que o mundo tecnológico está sem rumo firme, sem saber mais o que está certo e o que está errado, ou, no mínimo, não se preocupa com isto. A separatividade entre ciência, arte, filosofia e tradições, pode ser o maior responsável pelo caos que se verifica atualmente, uma vez que, por conseqüência, parece ter contribuído para o distanciamento da ciência e da tecnologia em relação à ética. 
            Como as organizações são feitas por pessoas, elas dependem da boa vontade e do entusiasmo do pessoal que delas faz parte, e este entusiasmo não pode ser comprado.
            Segundo o velho paradigma newtoniano-cartesiano que predominou nos últimos trezentos anos,  o homem é considerado algo mecânico, um objeto a ser manipulado para consumir cada vez mais e produzir cada vez mais coisas para serem consumidas, num aparentemente inesgotável crescimento. E para obter estes resultados, pensava-se que bastaria pagar e dar ordens para serem obedecidas, dando treinamento quando necessário.
            Na organização do século XXI, o homem não aceitará mais ser tratado como mera peça de uma engrenagem. Ele vai querer saber para que, para quem e por que ele trabalha. E mais do que isto, só aceitará trabalhar e o fará com entusiasmo sabendo que ele contribui de algum modo para servir à humanidade. Este aspecto torna-se ainda mais importante, quando se refere à educação de crianças e jovens, cidadãos do mundo de amanhã.          
            Uma mudança progressiva de consciência está se operando em muitas pessoas desde o final do século passado. Ela atinge também os empresários e líderes políticos. Uma vez que esta mudança tem início, a gestão empresarial ou governamental muda de colorido, no sentido de uma gestão holística.
            Introduzido no Brasil por três psicólogos franceses Jean-Yves Leloup, Monique Thoenig e Pierre Weil, o Movimento Holístico, baseado no surgimento no novo paradigma holístico no campo da ciência,  resultou na fundação, em 1988, da UNIVERSIDADE HOLÍSTICA INTERNACIONAL DE BRASÍLIA            - UNIPAZ, uma Instituição apoiada pela UNESCO, totalmente empenhada na EDUCAÇÃO PARA A PAZ. Esta nova metodologia científica vê o homem como uma Totalidade CORPO-MENTE-ESPÍRITO e pode ser aplicada em todas as áreas de atividade humana, da empresa à escola, resgatando os valores éticos que o Ser Humano necessita para a sua sobrevivência no Planeta.

8-1. O QUE É CULTURA ORGANIZACIONAL HOLÍSTICA:

Para começar, vamos lembrar a seguir o que entendemos por cultura; depois o que define uma organização, assim como uma cultura organizacional; enfim, é imprescindível definir a palavra holística; só então podemos determinar o que vem a ser uma Cultura Organizacional Holística.

8.1.1.   Cultura – Conjunto de valores, conhecimentos e costumes que levam as pessoas de determinada sociedade ou grupo social a se comportarem de determinada maneira nos diferentes atos de sua existência.

8.1.2.   Organização – Coletividade de pessoas agrupadas em torno de determinadas finalidades e procurando atingir certos objetivos, estruturada em sistemas interligados de maneira a atender às suas finalidades de modo eficiente.

8.1.3.   Cultura organizacional – È o conjunto de valores, conhecimentos, hábitos e costumes de determinada organização, conjunto este que, acrescido à finalidade precípua desta coletividade de pessoas, leva os sistemas e as pessoas que dela fazem parte a se comportarem de determinada maneira em todos os principais atos, funções ou tarefas.

8.1.4.   Holística – De Holos, grego, que significa inteiro, não fragmentado. Adjetivo ou substantivo significa uma visão não fragmentada do real, em que sensação, sentimento razão e intuição se equilibram, se reforçam e se controlam reciprocamente, permitindo ao homem uma plena consciência, a cada momento, de todos os fatores envolvidos em cada situação ou evento de sua existência, permitindo-lhe tomar a decisão certa, no momento certo, com sabedoria e amor espontâneos, o que implica a presença de valores éticos de respeito à vida sob todas as suas formas. É uma visão em que o indivíduo, a sociedade e a natureza formam um conjunto indissociável, interdependente e em constante movimento. É uma visão na qual, paradoxalmente, não só as partes de cada sistema se encontram no todo, mas em que os princípios e leis que regem o todo se encontram em todas as partes.

8.2.        Cultura Organizacional Holística – Uma Cultura Organizacional Holística é um conjunto de valores, conhecimentos e costumes ligados a uma visão não fragmentada do mundo em que a organização ou instituição é considerada um organismo vivo em constante movimento, constituindo um sistema de eventos com uma constante interação e interdependência de sistemas maiores ou menores. Isto leva os homens, mulheres e sistemas que dela fazem parte a se comportarem de modo plenamente consciente e não-automático, dentro de finalidades ligadas ao respeito e ao desenvolvimento de uma vida plena sob todas as suas formas: física, emocional, mental e espiritual, em que a humanidade possa evoluir para o pleno despertar da sabedoria e do amor.







[1] Texto de autoria de Sueli Meirelles, complementado com textos de Pierre Weil, extraídos do Livro Organizações e Tecnologias para o Terceiro Milênio.