sexta-feira, 23 de junho de 2017

O CONTEXTO DA CAPTAÇÃO PSÍQUICA - Capítulo 32 da Apostila do Carrossel de Luz


32.1 CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES:

            A técnica de captação psíquica, por sua singularidade, exige algumas definições específicas para a sua prática efetiva. Embora ela deva ocorrer, por motivos de proteção e segurança, dentro de um contexto de transreligiosidade, continua sendo uma técnica terapêutica e, como tal, deve atender a alguns critérios fundamentais, que passamos a analisar.
            O sensitivo captador, em estado alterado de consciência está exposto a vários tipos de influências de diferentes faixas vibracionais do espaço extra-físico. Neste sentido, todo o grupo de captação necessitará despir-se de seus próprios preconceitos religiosos e colocar-se numa posição de humildade e abertura conceitual, para que os fenômenos psíquicos presenciados possam ser compreendidos em seu significado mais profundo, ao invés de serem rotulados com base em idéias pré-concebidas e descartados ou bloqueados, em função desses rótulos.
            Presenciar fenômenos psíquicos que se apresentam sem a censura dos mecanismos defensivos do Ego (racionalização, negação, deslocamento, transferência etc., muitas vezes ferindo os conceitos pré-estabelecidos pelo contexto social em que vivemos, exige dos integrantes do grupo que já estejam a meio caminho de seus próprios processos de autoconhecimento, o que lhes dará suporte emocional para evitar os julgamentos que caracterizam estes mesmos modelos sociais.
            Quando determinados fenômenos presenciados incomodam sobremaneira a algum integrante do grupo, isto significa que em seu inconsciente está sendo ativado um registro semelhante àquele, o que pode provocar no integrante não trabalhado terapeuticamente, reações de rejeição inconsciente ao fenômeno, através de racionalizações e projeções, expressas na forma de críticas ao comportamento alheio, como conseqüência do medo de exposição ao grupo, daquele aspecto inconsciente, não aceito em si mesmo.
            A principal característica do contexto da captação psíquica é a própria emergência dos aspectos negativos das personalidades dos participantes, o que coloca todos sujeitos às possíveis influências negativas do plano espiritual. Este é o sentido do termo potestade, o qual lingüisticamente significa poder, direito de escolher, em síntese livre arbítrio, o qual conduz as personalidades dos integrantes do grupo ao embate pelo poder. O principal antídoto para este terrível veneno é a consciência da unidade e a humildade de saber que as “pequenas verdades humanas” têm apenas uma ínfima parcela da grande Verdade Divina, e que o mais provável é que todos tenham uma parcela de razão em suas divergências, e que ninguém, em síntese, tenha razão absoluta. Cabe a cada um apenas a tarefa de identificar, no conflito, aquele aspecto de sua própria personalidade que está sendo mobilizado, transmutando-o em sua polaridade positiva: Intolerância em tolerância, rigidez em flexibilidade, insegurança em segurança, impaciência em paciência etc.
Para que o grupo esteja em condições ideais, é necessário que, durante algum tempo, os membros iniciantes sejam trabalhados, em suas Individualidades e Personalidades, para que depois tenham realmente condições de ajudar ao próximo, em seu processo de autoconhecimento profundo. Para este fim, deverão ser feitas captações psíquicas de cada integrante do grupo, com ou sem a sua presença concreta, de acordo com a indicação para cada caso. Pode ainda ocorrer que, mesmo estando presente no grupo, o participante entre em estado de sono profundo, deixando de tomar consciência do ocorrido. Também pode ocorrer que, estando ausente, ele se manifeste como Individualidade, nos casos em que neste nível identifique sua necessidade de ajuda, embora em nível consciente não esteja para isto disponível. Em todos os casos é importantíssimo lembrarmo-nos de que a captação psíquica obedece a uma ética espiritual e jamais poderá ser feita como invasão mental, casos em que a proteção divina será mantida pela inacessibilidade da mente do captado à tentativa de captá-lo. O objetivo da captação psíquica dos membros do grupo atende especificamente a fins evolutivos e representa a vontade expressa de cada um, através de um ato de humildade, coragem para se expor e vontade de evoluir, no que deverá sempre ser auxiliado pelos demais participantes.
As captações psíquicas dos elementos de grupo deverão ser paralelas ao trabalho terapêutico convencional com as personalidades, para que se mantenha o equilíbrio psíquico entre a Individualidade e a Personalidade. Trabalhar apenas a Individualidade significa purificar-se espiritualmente, estabelecendo um distanciamento da realidade da vida, podendo conduzir ao fanatismo ou até mesmo à perda de contato com a realidade, da mesma forma que, trabalhar apenas a Personalidade, muitas vezes não é suficiente para resolver os entraves ao processo evolutivo do Ser.
            Na técnica de captação psíquica, a entrega espontânea do sensitivo as suas percepções facilita a catarse necessária para o esvaziamento dos conteúdos emocionais que mantém o sintoma da pessoa captada, sem o que a mesma não alcançará resultados efetivos, passando o sensitivo a reproduzir o mesmo controle que o paciente exerce sobre suas cargas emocionais inconscientes. Por este motivo, o modo mais indicado de recrutamento de sensitivos captadores é selecionar voluntários entre os próprios pacientes que fazem seus processos de emergência espiritual (a descoberta dos potenciais paranormais) no consultório e já desenvolveram suficiente confiança na pessoa do psicoterapeuta, para permitir o livre fluxo das percepções captadas. O fato de já ter feito psicoterapia, habilita o sensitivo ao contexto de não-julgamento e sigilo profissional (componentes éticos essenciais ao processo), deixando-o mais à vontade quanto ao que os outros possam pensar em relação ao seu comportamento durante a captação. Este aspecto é importante principalmente para os integrantes do grupo, que se colocam na posição de suporte energético, sem que tenham que se expor como captadores, facilitando que, como observadores do processo, passem a emitir julgamentos sobre os eventos presenciados, ao invés de aproveitá-los como pontos de reflexão interior, e preciosas lições para a própria vida.
            O controle doutrinário dos integrantes do grupo, na maioria dos casos, fortalece os seus mecanismos defensivos, racionalizados na forma de preconceitos que os impedem de permitir-se o esvaziamento da própria “sombra”, para que a luz efetivamente se faça em seu interior. O mesmo hábito de julgamento que tenham desenvolvido, em função de um caráter perfeccionista, bastante comum nestes casos, os impede de se expor emocionalmente diante de outros. Estes aspectos emocionais inconscientes e não elaborados comprometem a harmonia do campo vibracional onde a captação é realizada, evidenciando-se através de divergências e contendas em que as personalidades dos integrantes passam a entrar em choque, como tentativa defensiva de mantê-los ocultos.
            A harmonia e proteção do campo vibracional onde se realiza a captação psíquica dependem predominantemente do estado de consciência de seus integrantes. A vontade do grupo de contribuir para a recuperação da saúde física, emocional, mental e espiritual dos pacientes captados, traduz-se num ato de doação espontânea de amor incondicional, humildade e acolhimento das mazelas humanas. Acima de tudo, o contexto da captação psíquica é uma grande escola de vida, onde, mais do que nunca, as máximas cristãs se fazem necessárias:

Não julgueis, para não serdes julgados.

Quem não tiver pecado, que atire a primeira pedra.

Faz ao outro o que queres que façam a ti mesmo.

           

32.2 PRÁTICA DA CAPTAÇÃO PSÍQUICA:

       Estas são as condições básicas para a realização da técnica:

a)    A Captação Psíquica deverá ser realizada em ambiente fechado, dentro de um campo energético previamente formado;
b)    O ambiente deverá ter claridade suficiente (as cores dos Raios Planetários podem ser utilizadas segundo a necessidade) e ter fundo musical adequado (com as músicas utilizadas para harmonização do campo);
c)    O grupo deverá reunir-se sempre no mesmo dia e horário, em obediência à Lei do Ritmo;
d)    As atividades práticas e teóricas poderão ser realizadas em diferentes dias da semana. Caso haja necessidade de prolongar os trabalhos, a reunião deverá, sempre, ser encerrada antes de zero hora, evitando-se assim a inversão da polaridade de energia para o negativo;
e)    No dia da reunião, os componentes deverão abster-se de carne de qualquer espécie e bebidas alcoólicas que provoquem a baixa de suas freqüências energéticas, o que dificulta sobremaneira o contato e auxílio da Fonte Superior ou Consciência Una;
f)     Os componentes deverão manter-se em estado de ânimo sereno, evitando assuntos polêmicos durante o dia;
g)    No decorrer dos trabalhos, o grupo deverá manter a concentração, evitando-se eventuais comentários, mesmo sobre assuntos pessoais, que possam levar à dispersão da energia acumulada no campo; estes assuntos poderão ser abordados no horário destinado à  orientação sobre o processo, desde que relacionados com o objetivo de aprendizagem;
h)   São materiais necessários durante o processo:
                          - água com sal grosso para descarga energética;
                          - almofada para socar;
                          - toalha de rosto para morder;
                          - lixeira para eventuais vômitos;
                          - lenços de papel;
                          - jarra com água para beber e/ou ser magnetizada, e pequenos
                                 copos reutilizáveis;
i)     O grupo poderá ser formado por 8/12 pessoas, as quais irão constituir e manter um campo energético facilitador do processo;
j)      É fundamental que os integrantes do grupo tenham uma prática de fé, independente da religião que sigam, e tenham claro para si mesmos quem são os seus Mentores Espirituais (Fonte), os quais estarão acompanhando o processo;
k)    É imprescindível que todo o grupo mantenha sigilo quanto à identidade das pessoas captadas, e quanto às informações obtidas, durante o processo de captação. Apenas o fenômeno em si, poderá ser transmitido, a título de ensinamento;
l)     O Líder Grupal poderá buscar, dentro do campo criado pelo grupo, Orientação Superior ao seu trabalho, através de si mesmo ou dos Sensitivos Captadores;
m)  Cada grupo poderá ter mais de um (a)a Sensitivo(a) Captador(a), visando potencializar a capacidade de realização de um número maior de captações, respeitado o tempo máximo de realização do encontro;
n)   Quatro são as funções, no grupo:

·         O (a) Sensitivo(a) Captador(a):  deverá sentar-se à direita do (a)  Lider Grupal, Sua função é captar e descarregar, com sua mão direita, tocando a parede ou o chão, as cargas energéticas negativas, oriundas da pessoa captada, além da expressão emocional que naturalmente emerge no processo;
·         O (a) Líder Grupal: Quando necessário, poderá trabalhar no meio do círculo, próximo do (a) sensitivo(a) captador(a), ressignificando os conteúdos emocionais emergentes através dele (a)e tocando-o (a) sempre que seja necessário passar-lhe energia, ou movimentando dentro do círculo, quando necessário.
·         O (a) Mantenedor(a) do Campo: deverá sentar-se à esquerda do (a) Lider Grupal. Sua função é receber a energia da Fonte Superior e manter o campo energético, com o auxílio dos outros elementos do grupo. Nos casos de aumento da descarga emocional, cabe-lhe solicitar maior fluxo de energia da Fonte, comandando os elementos auxiliares, para o mesmo fim. É imprescindível que a pessoa que irá ocupar esta função seja , por vocação, um líder espiritual, com fé inabalável e sólido conhecimento metafísico;
·         Os Membros Auxiliares: deverão permanecer sentados, mantendo o campo energético do processo e seguindo as orientações do (a) Lider Grupal,  mesmo que a situação de descarga emocional aumente de intensidade.

32.4. Descrição do Processo:

a)    O grupo promoverá a elevação do seu estado de consciência, através da Ancoragem Cósmica
b)    O grupo poderá utilizar Decretos específicos para este fim, acompanhados pela visualização das condições necessárias para a criação do Campo de Força;
c)    O (a) Líder dará continuidade à indução do transe do (a) sensitivo(a) captador(a), direcionando-o(a) para o inconsciente da pessoa captada, promovendo o esvaziamento dos conteúdos emocionais emergentes;
d)    Quando identificada a presença de Individualidades Intrusas, o (a) Líder procederá ao desacoplamento da pessoa captada, e encaminhamento adequado, posteriormente induzindo o retorno da pessoa captada ao próprio corpo físico e induzindo a  reintegração do sensitivo (a);
e)    Terminada a Captação, o (a) Líder (a) fará o fechamento dos serviços, promovendo o reabastecimento das energias gastas pelo grupo e, principalmente pela Sensitiva Captadora, da forma como está descrito no capítulo do Campo de Proteção;
f)     Neste momento, poderão ser feitas advogações em favor de outras pessoas, eventos ou situações que necessitem de auxílio espiritual ou limpeza energética; estas advogações deverão ser ampliadas para a cidade, o estado, o país, o continente e para todo o planeta;
g)   Por envolver a utilização de dons espirituais, a Captação Psíquica jamais poderá ser cobrada.

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[1] Texto de autoria de Sueli Meirelles.



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